Por Redação do Jornal O Sul | 22 de agosto de 2025
Quando pensamos em Hollywood, algumas das reflexões mais recorrentes que vêm a cabeça são aquelas relativos ao glamour dos astros e estrelas em suas grandes produções; dos tapetes vermelhos e de suas festas inalcançáveis. Os flashs das câmeras dos paparazzi, a perseguição dos fãs e, nesta fase mais moderna da indústria, a importância das redes sociais como forma de manutenção da fama. Um mundo onde o número de seguidores numa plataforma pode ser determinante não apenas para fechar contratos, mas também aumentar alguns zeros neles.
Só que nada disso se aplica a Mikey Madison – a atual vencedora do Oscar de Melhor Atriz, por seu trabalho em “Anora”. A norte-americana, de 26 anos, vai na contramão de todos esses estereótipos de uma jovem estrela de cinema e reafirma seu compromisso com algo ainda mais raro: a autenticidade. Isso, para ela, não tem preço.
Em entrevista que repercutiu em veículos da imprensa internacional, como Daily Mail, Mikey voltou a falar sobre o fato de não ter perfis nas redes sociais e como não faz questão nenhuma de ser tão vista assim. “Sou extremamente introvertida, mas também tenho um grande desejo por aventura. É um conflito que sempre senti, mas que piorou ultimamente”, ela refletiu.
Em certo momento, o entrevistador brincou que o mundo parece dividido entre aqueles que a adoram e aqueles que sequer a conhecem. “Sinto que tudo ao meu redor mudou, e acho que isso aumenta minha necessidade de me recolher”, afirmou. “É como se agora eu tivesse consciência de como sou percebida”.
Mikey expandiu sua reflexão: “Não estou nas redes sociais, nunca me arrependo de faltar a uma festa ou a um jantar, mas parece que a sociedade me obriga a me perguntar: ‘Será que preciso fazer isso em excesso para ser feliz? Para ser justa?’ Fingimos ser alguém que não somos para deixar os outros confortáveis.”
Diferentemente do que se esperava, ela não aproveitou o ‘hype’ pós-Oscar para multiplicar sua fama. Mikey Madison continuou bastante discreta, sem redes sociais, e com uma ida ou outra a eventos maiores. Pode ser que tudo isso tenha relação com a forma como foi criada desde cedo, longe da indústria do entretenimento. “Minha infância foi normal; ninguém da minha família é do meio artístico. Meu pai é um artista e um chef preso no corpo de um psicólogo, e minha mãe também. Ela me levou a mais de cem testes, me ajudando a decorar minhas falas”, detalhou.
Outros trabalhos de Mikey Madison na atuação incluem a série “Better Things” (2016-2022), “Era uma Vez em… Hollywood” (2019), de Quentin Tarantino, e “Pânico 5” (2022). Recentemente, ela estrelou a minissérie “A Mulher no Lago” (2024), com Natalie Portman.
Oscar
Dirigido pelo cineasta Sean Baker, “Anora” mostra Madison como uma stripper. O filme é focado no casamento da personagem da atriz com o filho de um oligarca russo. Quando a notícia do matrimônio chega à Rússia, o conto de fadas é rapidamente ameaçado: os pais do jovem partem para Nova York com a irredutível intenção de anular o matrimônio.
Além de Melhor Atriz, “Anora” venceu outros cinco prêmios na cerimônia; entre eles, estão Melhor Filme, Direção e Roteiro.
