Domingo, 28 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de dezembro de 2025
O presidente da Argentina, Javier Milei, celebrou a aprovação da lei orçamentária argentina para 2026 no último sábado (27).
Em postagem nas redes sociais, o chefe da Casa Rosada classificou o orçamento para o próximo ano como “evento histórico” e disse estar “imensamente grato” a Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança Nacional da Argentina, e a Diego Santilli, Ministro do Interior da Argentina. Ambos são senadores.
O Congresso da Argentina aprovou o orçamento de 2026 na sexta-feira (26). O orçamento, aceito por 46 votos a favor, 25 contra e uma abstenção, inclui gastos de US$ 102 bilhões (148 bilhões de pesos argentinos) e projeta um crescimento de 5% para a segunda maior economia da América do Sul, com inflação de 10,1%.
O projeto de lei prevê um superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O texto aprovado é o primeiro da gestão do liberal.
Durante os dois primeiros anos de seu mandato, o governo de Milei prorrogou o orçamento do ano anterior sem a aprovação de um projeto de lei no Congresso.
O presidente argentino também comemorou a aprovação da Lei da Inocência Fiscal, que, segundo o mandatário, “corrige a fraude que o Estado perpetrou contra os argentinos por 40 anos, restaurando a liberdade de usar suas economias e protegendo-os de futuros políticos”.
A nova lei estabelece que os contribuintes são, em princípio, considerados em dia com suas obrigações tributárias, a menos que as autoridades fiscais demonstrem que houve sonegação fiscal deliberada.
“Esta lei é revolucionária. Estamos protegendo as economias dos argentinos para sempre. Nenhum governo que vier depois de nós poderá roubar as economias dos bons argentinos”, afirmou Milei.
No campo político, Milei reacendeu tensões latentes com aliados em duas frentes nas etapas iniciais do processo orçamentário. Ele tentou alterar os gastos com universidades e programas para pessoas com deficiência, dois temas sobre os quais entrou em choque com blocos de centro ao longo do ano. Na Câmara dos Deputados, os parlamentares acabaram aprovando o orçamento ao retirar os trechos relacionados a esses dois pontos.
Além disso, Milei deixou de indicar o ex-presidente Mauricio Macri, do partido PRO — alinhado ao governo — para uma vaga no poderoso conselho da Auditoria Geral da Nação, provocando irritação entre os legisladores ligados a Macri. Os votos do ex-presidente no Congresso são importantes, já que a bancada de Milei não possui maioria simples e precisa negociar com outras siglas. A Auditoria Geral da Nação (AGN) é uma entidade influente em assuntos legislativos.
Essas tensões foram deixadas de lado na sexta-feira, quando Milei recebeu votos do partido de Macri e de outras legendas.