Domingo, 06 de julho de 2025

Militar acusado de envolvimento no furto de armas apresenta laudo psiquiátrico

Um cabo investigado no caso de furto de 21 metralhadoras do Exército, que ficam no Arsenal de Guerra, em Barueri, na Grande São Paulo, apresentou na sexta-feira, 27, um atestado psiquiátrico ao quartel acompanhado de uma advogada. Ele deverá ficar alguns dias fora do serviço militar em razão da licença médica, mas não disseram por quanto tempo.

O furto de 21 armas de guerra, entre elas 13 metralhadoras calibre .50 capazes de derrubar aeronaves, e oito metralhadoras calibre 7,62, aconteceu entre os dias 5 e 8 de setembro e foi descoberto no último dia 10, durante uma inspeção no quartel. Ao todo, 17 foram recuperados até o dia 24.

A suspeita é de que o armamento furtado fosse direcionado a facções criminosas, como chegou a afirmar o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, após a recuperação das nove metralhadoras em São Roque. Questionado sobre os destinatários finais dos armamentos, ele disse que seriam “tanto o Comando Vermelho (facção que age no Rio), quanto o Primeiro Comando da Capital (PCC, facção paulista)”.

Ao menos 20 militares vão responder a processos disciplinares pelo furto. O cabo é um dos sete militares investigados suspeitos de participarem diretamente do furto do armamento. O grupo é formado por patentes de soldado, cabo, sargento e tenente. Desse grupo, o Exército pediu à Justiça Militar as prisões preventivas de seis deles.

Motorista

O cabo era motorista pessoal do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. O oficial dirigia o Arsenal de Guerra quando ocorreu o desaparecimento das armas. Ele não é investigado no inquérito do Exército sobre o furto. Mas foi exonerado do cargo após o crime. Batista será transferido para outra unidade militar que ainda não foi definida. Em seu lugar, assumiu o novo diretor, o coronel Mário Victor Vargas Júnior, que comanda a base em Barueri.

Os outros seis investigados pelo furto das armas estão trabalhando normalmente. Após o crime, o Exército chegou a manter toda a tropa do Arsenal de Guerra, 480 militares (entre homens e mulheres), “aquartelada” por alguns dias, sem poder sair, em razão do crime. Depois esse número foi sendo reduzido.

Os militares chegaram a ter os celulares confiscados e foram ouvidos no inquérito para passar informações que possam levar aos culpados pelo desaparecimento das metralhadoras. E também tentar localizá-las. Atualmente a medida acabou.

Operação

De acordo com a investigação do Exército, a suspeita é de que para furtar a metralhadoras, os militares desligaram ainda as câmeras de segurança do quartel. Também são acusados de arrombar cadeados e adulterar lacres.

Foram encontradas impressões digitais, inclusive do cabo em quadros de energia e na sala de armas. Ele não tinha autorização para entrar no lugar. O homem teria se aproveitado do livre acesso que tinha ao quartel, como homem de confiança do então diretor da unidade.

O Exército quer usar as informações das quebras dos sigilos bancários, telefônicos e das redes sociais autorizadas pela Justiça para levantar mais provas do envolvimento deles no sumiço das metralhadoras.

O Comando Militar do Sudeste (CMSE) investiga os crimes militares de furto, peculato, receptação e extravio no caso das armas que desapareceram.

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