Domingo, 09 de novembro de 2025

Militar do Gabinete de Segurança Institucional filmado dando água a extremistas no Palácio do Planalto em 8 de janeiro é major do Exército e deve ser ouvido novamente pela Polícia Federal

O governo identificou o militar que aparece, em imagens novas da área interna do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, dando água a manifestantes golpistas que tinham invadido o prédio. Segundo informações da TV Globo, o homem nas imagens é o major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira.

Ele atuava como coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais e estava trabalhando no Palácio do Planalto naquele domingo. Em janeiro, Pereira chegou a depor à Polícia Federal (PF) como testemunha – o militar deve ser ouvido novamente em razão dos novos vídeos.

O material foi divulgado pela CNN Brasil na última quarta-feira (19). Inicialmente, a emissora havia borrado as imagens dos rostos dos servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No dia seguinte, tirou o borrão e mostrou os rostos.

As imagens mostram o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, e auxiliares caminhando entre os manifestantes que invadiram os andares mais altos do Palácio do Planalto, no dia dos atos golpistas.

Nos vídeos, a equipe do GSI dá água para os invasores e indica uma saída de emergência a eles. O general Gonçalves Dias diz que sua equipe estava direcionando os bolsonaristas que invadiram o Planalto para o segundo andar, onde seriam presos.

Horas após as imagens terem sido divulgadas, Dias e o número 2 do GSI, Ricardo José Nigri, pediram demissão dos cargos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, será o ministro interino do GSI. Cappelli foi, também, o interventor federal na segurança pública do Distrito Federal nas semanas posteriores aos atos extremistas.

Depoimento

Ouvido como testemunha ainda em janeiro, Natale disse à polícia que, no momento da invasão, “havia por volta de apenas 40 homens na tropa de choque para fazer a contenção de milhares de manifestações (sic)”.

O coordenador relatou aos investigadores que, ao visualizar a movimentação em direção ao Planalto, “acionou o pelotão de choque do Exército-BGP que se encontrava de prontidão”.

O pelotão “foi posto em posição e as guarnições da PM que estavam no local recuaram em direção ao Palácio do Planalto”.

Segundo ele, após o rompimento da cerca de contenção a oeste do prédio foi acionado o “Plano Escudo” – “um planejamento que envolve as forças da PMDF, Exército e GSI para impedir invasões nos órgãos governamentais”.

Mesmo assim, os invasores conseguiram romper as barreiras fixas e chegar ao espelho d’água do palácio.

Natale afirmou que os invasores foram contidos temporariamente no espelho d’água, enquanto havia negociação, mas que eles “conseguiram romper os bloqueios e tiveram acesso a marquise do Palácio do Planalto”.

Ele acrescentou que os golpistas “utilizavam de violência e ameaça para conseguir acesso ao Palácio do Planalto, pois atiraram pedras do próprio chão do palácio nas tropas de segurança.”

Já dentro do prédio, disse o coordenador, foram roubados equipamentos da sala do encarregado de segurança das instalações, incluindo cassetetes, sprays de pimenta e 11 tasers, armas não letais.

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