Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de dezembro de 2025
Nove em cada dez brasileiros aprovam o Minha Casa, Minha Vida, programa mais popular do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada em dezembro e que ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro.
O levantamento mostra que 90% do entrevistados gostam do plano de moradia e apenas 8% o rejeitam. O Minha Casa, Minha Vida e o Farmácia Popular, com 87% de aprovação, lideram o ranking dos ativos de Lula para a campanha de 2026 à reeleição. Em terceiro lugar está a isenção da conta de luz para famílias de baixa renda (75%) e na quarta posição aparece o Bolsa Família (73%).
Avaliações feitas pelo Palácio do Planalto indicam que eleitores de classes menos favorecidas se acostumaram com o Bolsa Família, lançado na primeira gestão de Lula, em 2003, e agora querem algo a mais.
“A ampla popularidade do Minha Casa, Minha Vida reflete algo muito profundo na sociedade brasileira: a moradia é uma necessidade concreta, cotidiana e transversal”, afirma Rayne Ferretti Moraes, chefe do Escritório da ONU-Habitat no Brasil. “Diferentemente de algumas outras políticas públicas, seus efeitos são imediatamente perceptíveis na vida das pessoas ao proporcionar segurança, oportunidade, estabilidade, dignidade e pertencimento”.
Para Rayne, um dos aspectos mais inovadores do programa é o “reconhecimento do papel central” das mulheres. “Hoje, 85 de cada 100 contratos nas modalidades subsidiadas são assinados por mulheres, e cerca de 50% dos contratos financiados também têm mulheres como titulares”, constatou ela. “Esse desenho fortalece a autonomia feminina e protege famílias em situação de vulnerabilidade. O foco de gênero não é apenas simbólico: ele se traduz em maior segurança habitacional, estabilidade familiar e redução de riscos sociais”.
Em novembro, o Minha Casa, Minha Vida atingiu o ritmo de 80 mil contratações somente naquele mês. A pedido de Lula, foi criada a faixa 4 do programa, destinada à classe média. Até o fim de 2026 a meta do governo é chegar a 3 milhões de moradias.
Na votação do Orçamento de 2026, o Congresso cortou recursos de vários ministérios e programas sociais para turbinar as emendas parlamentares. Entraram na lista da tesourada a Previdência Social, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Auxílio-Gás e o Pé-de-Meia, por exemplo.
Mas o Ministério das Cidades, comandado por Jader Filho, teve o orçamento aumentado de R$ 13,9 bilhões para R$ R$ 16,6 bilhões. O principal fundo do Minha Casa, Minha Vida, por sua vez, ficou blindado.
Jader Filho foi até a Câmara enquanto o relator-geral do Orçamento, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), finalizava os ajustes de seu parecer. Saiu de lá satisfeito. “É bom ficar vigilante”, disse ele.
Apesar da aprovação popular, a chefe do Escritório do ONU-Habitat no Brasil ainda vê a possibilidade de melhorias no programa. “Ampliar a articulação do Minha Casa, Minha Vida com políticas de urbanização de favelas, regularização fundiária, mobilidade, emprego e adaptação climática é essencial”, destaca Rayne. “A moradia é muito mais do que quatro paredes e um teto, e não pode ser pensada de forma isolada: precisa estar bem localizada, conectada à cidade e integrada a serviços e oportunidades.” As informações são da Coluna do Estadão.