Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de setembro de 2023
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta semana que o governo federal vai propor uma bolsa para auxiliar os estudantes brasileiros a concluírem o Ensino Médio. Santana deve enviar até o fim deste mês um projeto de lei para a Câmara dos Deputados com o intuito de criar a bolsa. Entretanto, o chefe da Educação ainda não detalhou qual será o valor do benefício. O objetivo, segundo o ministro, é incentivar o estudante a permanecer na escola e reduzir a evasão.
Segundo ele, o benefício é uma tentativa de tornar a escola mais atrativa para os jovens, sobretudo pelo fato de que muitos estudantes acabam deixando a escola para trabalhar. “Se este País pagasse para todo aluno ficar na escola, ficaria muito mais barato do que ficar corrigindo distorções sociais”, explicou.
Camilo Santana foi entrevistado por jornalistas durante o 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), em São Paulo.
“Essa bolsa poupança será um mecanismo de estímulo à permanência dos jovens na escola” afirmou o ministro.
O Ministério da Educação (MEC) avalia o valor da bolsa para definir se dará um benefício menor para atingir um número maior de estudantes ou se dará um recurso de valor maior, mas que atenderá menos pessoas. O modelo analisado considera o pagamento de um valor mensal e outra parte que deve ser depositada numa espécie de poupança, que poderá ser sacada quando o aluno concluir a etapa.
O pagamento de um benefício para manter os estudantes no ensino médio era uma bandeira da ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante sua campanha à Presidência da República nas eleições do ano passado. O tópico foi uma das propostas de Tebet incorporadas por Lula durante a negociação pelo apoio da emedebista no segundo turno da disputa contra o então presidente Jair Bolsonaro. Tebet propunha uma poupança de R$ 5 mil para jovens de baixa renda que concluíssem a etapa.
Questionado sobre mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro afirmou que não será alterado pelo menos até o ano que vem.
“Não vamos mudar o Enem nos próximos anos, nem esse ano e nem em 2024. Vamos deixar a discussão para dentro do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que vamos reformular a partir do ano que vem”, disse.
Sancionada em 2017, a reforma do Ensino Médio tem sido alvo de críticas desde então. O novo modelo prevê uma formação geral básica e aprofundamento em cinco áreas: Matemática, Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, e Educação Profissional e Tecnológica. Um dos principais argumentos é de que o modelo intensifica desigualdades educacionais existentes no Brasil, uma vez que a oferta dos itinerários ocorre de forma desigual.