Domingo, 09 de novembro de 2025

Ministério da Fazenda quer mais R$ 120 milhões para “turbinar” comunicação e propaganda nas redes sociais

O Ministério da Fazenda pediu ao governo federal um aumento de R$ 120 milhões no orçamento da pasta para “turbinar” ações de comunicação e divulgar pautas como a reforma tributária e o Plano de Transformação Ecológica. A verba teria o poder de modificar bruscamente a propaganda da pasta sob o comando de Fernando Haddad, hoje limitadas a um contrato de cerca de R$ 13 milhões de comunicação institucional e assessoria de imprensa.

Encaminhada em agosto e reforçada no fim de outubro ao Ministério do Planejamento e Orçamento, a medida deve ser avaliada pela Junta de Execução Orçamentária (JEO). No ofício em que repete o pleito, é ressaltado que os recursos serão utilizados na contratação de três serviços: comunicação institucional, publicidade de utilidade pública e comunicação digital. Justifica, ainda, que a ideia é divulgar ações da pasta, “dentre as quais a reforma tributária, o Plano de Transformação Ecológica e as apostas de quota fixa”.

O movimento da Fazenda acompanha a estratégia de apostar na comunicação e propaganda às vésperas do ano eleitoral. O governo Lula já ampliou o orçamento da Secom em mais de R$ 116 milhões durante o ano, alcançando cerca de R$ 876 milhões em 2025. A cifra é a maior reservada à pasta desde 2017.

Haddad também pretende viajar pelo Brasil para divulgar pautas que são apostas para alavancar a popularidade de Lula, como a aprovação do projeto que dá isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.

Em setembro, o Ministério lançou edital para contratação de empresas de comunicação institucional por cerca de R$ 30 milhões. Na concorrência, a Fazenda pede a apresentação de uma estratégia de comunicação capaz de elevar em 25% o engajamento nos canais digitais do ministério em seis meses, além de ampliar em 20% a presença positiva do órgão na mídia nacional e regional.

Ainda não há um detalhamento de como será aplicada a verba em serviços de publicidade e comunicação digital. A Secom já tem feito campanhas ligadas a bandeiras da equipe econômica e empenhou ao menos R$ 40 milhões com a publicidade sobre ampliação da faixa de isenção do IR.

Em geral, as pastas federais contratam agências para produzir as campanhas e comprar espaços publicitários em veículos de comunicação. Nos últimos anos, os órgãos públicos ainda têm feito contratos de comunicação digital, voltados à criação de vídeos e outras peças para as redes sociais – a Secretaria de Comunicação (Secom), por exemplo, tem uma licitação aberta para este serviço.

A Fazenda informou apenas ter lançado o edital para comunicação institucional para substituir o contrato atual, que termina em dezembro. São mencionadas as apostas de quota fixa no pedido por mais verba, por causa da necessidade de informar e conscientizar a população “sobre a diferença entre o mercado legal e o ilegal”. A medida é considerada urgente pelo grupo de trabalho do governo sobre redução de danos do jogo problemático.

O pedido por mais verba ainda cita a reforma tributária, que começa a ser implantada em 2026. O governo tem preparado uma série de medidas para explicar os efeitos da reforma, como um portal com dados sobre a mudança.

A Fazenda também mencionou a ideia de divulgar o Plano de Transformação Ecológica, que foi lançado pela pasta na COP28, como um instrumento para atração de investimentos internacionais públicos e privados necessários para o cumprimento da meta climática.

Discurso

Questionado sobre o plano de turbinar a comunicação um ano antes do pleito de 2026, o Ministério argumenta que toda a comunicação do governo federal obedece às regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relativas ao período.

Há um esforço do governo para modificar essa leitura sobre as políticas da Fazenda, além de reforçar o discurso de que é preciso cobrar dos ricos em favor dos pobres. A Secom da Presidência e o próprio PT planejam destacar a sanção da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil em peças na televisão e nas redes sociais, além das inserções partidárias.

O governo Lula mudou sua estratégia de comunicação desde que Sidônio Palmeira assumiu a Secom, em janeiro. A pasta ampliou a verba para anúncios na internet e passou a apostar na contratação de influenciadores, além da produção de modelos de vídeos virais. (com informações da Folha de S.Paulo)

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