Quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de outubro de 2023
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou na noite desse sábado (7) a demissão do diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da pasta, Andrey Lemos. A demissão foi consequência de uma apresentação de funk realizada por uma dançarina no 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil (Em Prova), promovido pela pasta na última semana em Brasília.
O vídeo da dança viralizou nas redes sociais e gerou críticas da oposição ao governo federal. “Diante da gravidade do fato, foi afastado o diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, que assumiu integralmente a responsabilidade pelo que aconteceu”, disse a ministra em vídeo em sua conta no X, antigo Twitter.
Nísia, que durante o evento cumpria compromissos na Grande São Paulo, classificou o episódio como “inadmissível” e fruto de “grande comoção em nossa sociedade”.
“Infelizmente, eu fui surpreendida pelo episódio e venho, por meio deste vídeo, me desculpar muito sinceramente pelo ocorrido e reiterar o compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da pasta da Saúde e do governo liderado pelo presidente” Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ela ainda reforçou que o Ministério da Saúde criou “imediatamente”, após o vídeo viralizar, “uma curadoria para evitar que circunstâncias semelhantes ocorram nos próximos eventos da nossa pasta”.
Curadoria
Na sexta-feira (6), o Ministério anunciou que criará uma curadoria para avaliar “os eventos propostos por todas as áreas da pasta”. A medida ocorre depois de episódio envolvendo uma apresentação com dança erótica no dia anterior.
“Diante do lamentável episódio envolvendo uma apresentação artística em evento do Ministério da Saúde, a pasta cria curadoria para organização de eventos oficiais”, diz a nota divulgada no site do ministério. “A curadoria, vinculada ao Gabinete da Ministra [Nísia Trindade], avaliará os eventos propostos por todas as áreas da pasta. A avaliação considerará a adequação das propostas à missão institucional do Ministério da Saúde”, afirma o comunicado.
Imagens do evento mostram uma mulher fazendo uma apresentação de voguing (estilo de dança que surgiu na cultura ballroom, movimento criado por pessoas negras e LGBTQIA+ nos EUA). No vídeo, é possível ouvir uma batida de música eletrônica enquanto uma pessoa, que desempenha ali o papel de mestre de cerimônia, repete “batecu” e “bate” diversas vezes. Pessoas na plateia aplaudiram a apresentação.
O Ministério da Saúde se pronunciou depois da repercussão negativa do vídeo com a apresentação. O órgão lamentou o ocorrido e disse que a dança “surpreendeu pela coreografia inapropriada” e fez parte de um “episódio isolado”.
Segundo a pasta, o episódio “não reflete a política do SAPS (Secretaria de Atenção Primária em Saúde), responsável pela organização” do evento. O ministério acrescentou que adotará medidas para que casos similares não ocorram.