Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de agosto de 2022
O Brasil recebeu o primeiro lote do antiviral Tecovirimat para tratar pacientes em estado grave de varíola dos macacos (monkeypox). Nessa remessa chegaram 12 tratamentos que foram doados pela farmacêutica Siga Technologies, dos Estados Unidos, fabricante do medicamento.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, “os critérios para dispensação e elegibilidade dos pacientes graves que receberão o tratamento ficará a cargo do COE (Centro de Operação de Emergências) para monkeypox, que segue os padrões internacionais de uso do medicamento.”
A pasta segue em tratativas com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o laboratório para se obter mais lotes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nessa semana a dispensa do registro para que o medicamento fosse importado e utilizado. A dispensa temporária tem validade de seis meses, desde que não seja revogada pela Anvisa. A diretora relatora Meiruze Freitas destacou que a liberação excepcional é para “conferir previsibilidade e agilidade ao acesso a produtos que podem salvar vidas e controlar os danos da monkeypox”.
A decisão foi baseada em relatórios de avaliação de agências sanitárias internacionais, como a European Medicines Agency (EMA) e Food and Drug Administration (FDA). A cápsula de uso oral é indicada para adultos, adolescentes e crianças, acima de 13 quilos.
Até o momento, o medicamento será destinado aos pacientes com quadro grave da doença. Os critérios para elegibilidade ficarão sob responsabilidade do Centro de Operação de Emergências para Monkeypox (COE), que “segue os padrões internacionais de uso do medicamento”, destacou a pasta, em nota.
“Vale lembrar que a autorização é para uso compassivo apenas em casos graves da doença. Os estudos de eficácia do medicamento ainda estão em curso”, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter.
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 8% dos casos no mundo precisaram de internação hospitalar, e 0,1% ficaram em unidade de terapia intensiva (UTI). Médicos brasileiros têm recorrido à morfina e a outros opioides para controlar a dor de pacientes com o quadro grave da doença.
Freitas explicou que Tecovirimat age em uma encontrada na superfície do vírus. Essa interação impede que ele se reproduza normalmente, o que retarda a propagação da infecção.
Vacinas
Anvisa também aprovou a dispensa de registro para importação da vacina Jynneos/Imvanex, para imunização contra a varíola dos macacos. O imunizante é destinado apenas para adultos acima de 18 anos.
No entanto, ao ser questionado sobre a previsão de chegada das vacinas, o ministério disse que “segue em tratativas”. A pasta informou que espera receber 50 mil doses do imunizante por meio do fundo rotatório da Opas. A previsão estava marcada para o fim deste mês, mas foi adiada para início de setembro. As doses serão destinadas aos profissionais de saúde que lidam diretamente com pacientes infectados pelo vírus.