Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de janeiro de 2023
A nova diplomacia brasileira começou a desfazer algumas medidas que ajudaram no isolamento internacional do país durante os quatro anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Ministério das Relações Exteriores, agora sob o chanceler Mauro Vieira, oficializou o retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e ao Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular.
Os dois movimentos já haviam sido anunciados por Vieira e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como parte do plano de recolocar o Brasil no mundo, após a agenda antiglobalista liderada por Bolsonaro e pelo ex-chanceler Ernesto Araújo ter rebaixado o país a pária internacional.
Um dos participantes na fundação da Celac, em 2010, o Brasil suspendeu sua participação em janeiro de 2020. A participação de países como Cuba e Venezuela no organismo foi um dos principais motivos para a decisão.
O retorno será selado no próximo dia 24, em Buenos Aires, durante a VII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac. Será a primeira viagem internacional de Lula após ele iniciar o seu terceiro mandato.
Anfitrião do evento, o governo argentino anunciou nesta semana que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi convidado. Ainda não há confirmação sobre a presença do americano.
“O retorno do Brasil à comunidade latino-americana de Estados é um passo indispensável para a recomposição do nosso patrimônio diplomático e para a plena reinserção do país ao convívio internacional”, informou o Itamaraty, em nota à imprensa.
Mais cedo, a diplomacia brasileira já havia confirmado outro compromisso, de retornar ao Pacto Global para Migração Segura. O Brasil aderiu ao pacto em dezembro de 2018, mas saiu pouco tempo depois, assim que Bolsonaro assumiu o poder.
Adotado pela Assembleia Geral da ONU, o pacto estabelece parâmetros para a gestão de fluxos migratórios. “O documento contém compromissos já contemplados pela Lei de Migração brasileira, considerada uma das mais avançadas do mundo, como a garantia do acesso de pessoas migrantes a serviços básicos”, informou o Itamaraty.
A avaliação do Ministério das Relações Exteriores é de que o retorno do Brasil ao pacto “reforça o compromisso do governo com a proteção e promoção dos direitos dos mais de 4 milhões de brasileiros que vivem no exterior”.