Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de outubro de 2021
O Ministério do Turismo anunciou neste sábado (2) o retorno dos cruzeiros marítimos no Brasil. Segundo a pasta, uma portaria deverá ser assinada nos próximos dias. A pasta informou ainda que, depois disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá definir os protocolos sanitários para que os cruzeiros possam ser realizados. A ideia é que os navios possam passar pela costa brasileira a partir de novembro. Os cruzeiros haviam sido suspensos em razão da pandemia.
A MTur informou que a Anvisa terá que definir questões relativas aos testes antes do embarque em todos os hóspedes, vacinação e testes dos tripulantes, uso de máscaras, distanciamento, ocupação reduzida, ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes. Os cruzeiros terão que observar ainda as normas das cidades por onde passarem. Em 10 de setembro, a Anvisa havia se posicionado contra a realização da atividade no Brasil.
A expectativa do Ministério do Turismo é que a temporada de cruzeiros, que vai de novembro até abril do ano que vem, gere um impacto de R$ 2,5 bilhões e 35 mil empregos. Estão previstos sete navios que vão ofertar mais de 400 mil acomodações, informou a pasta.
O ministro do Turismo, Gilson Machado, está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para onde foi em viagem oficial. De lá, gravou um vídeo comentando a liberação dos cruzeiros:
“Estamos em Dubai e aqui já começou a temporada de navios de cruzeiro. Em primeira mão, teremos cruzeiros marítimos no Brasil este ano. A temporada está autorizada pelo governo. O presidente Bolsonaro determinou empenho total para que conseguíssemos liberar, porque os navios geram em torno de 42 mil empregos no Brasil, entre diretos e indiretos. Teremos uma temporada belíssima este ano. E contem com o governo federal e com o Ministério do Turismo para o que for preciso”, destacou.
De acordo com o ministério, a autorização para a temporada foi um trabalho conjunto com o Ministério da Saúde, o Ministério da Justiça, o Ministério da Infraestrutura e a Casa Civil a Presidência da República.
O parecer foi semelhante ao da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), que deu destaque às medidas de segurança sanitária que seriam seguidas a bordo. “Estes protocolos foram criados por médicos, cientistas e especialistas, em consonância com as autoridades sanitárias de todo o mundo, sempre colocando a segurança dos hóspedes, tripulantes e das cidades visitadas em primeiro lugar. Além disso, foram feitos para atender aos mais altos graus de exigência, sempre prontos para possíveis ajustes de acordo com as exigências de cada região ou país”, afirmou a entidade.
Anvisa
A decisão do MTur vai contra a recomendação inicial da Anvisa, divulgada no dia 10 de setembro. A agência divulgou uma nota na ocasião desaconselhando a circulação de cruzeiros marítimos pela costa brasileira entre 2021 e 2022.
A entidade acrescentou que não era possível prever se, até o final do ano, uma nova avaliação seria feita sobre a situação pandêmica do Brasil. Apesar de ter um peso importante, o parecer da Anvisa por si só não seria capaz de cancelar a temporada de cruzeiros.
A Lei 13.979 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas de enfrentamento da pandemia, estipula que cabe ao Ministério da Saúde, Ministério da Infraestrutura e Ministério da Justiça e da Segurança Pública decidir sobre medidas de restrição temporária e excepcional em rodovias, aeroportos e portos marítimos.
Pelo mundo
No início de agosto, 27 casos de Covid-19 foram confirmados a bordo de um cruzeiro da Carnival Cruises pelo Caribe. Uma passageira idosa acabou falecendo. O número de infectados poderia ter sido maior se o número de pessoas vacinadas a bordo não fosse tão alto: 96% dos passageiros e 99% dos tripulantes.
O incidente, somado ao avanço da variante Delta, fez com que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aumentasse o alerta para viagens de navio, que agora são classificadas como de alto risco. A autoridade de saúde norte-americana também passou a defender que pessoas com comorbidades não devem embarcar em cruzeiros, independentemente do seu status de vacinação
No Caribe e nos Estados Unidos, o comprovante de imunização está sendo pedido pela maioria das armadoras.