Quinta-feira, 19 de junho de 2025

Ministra Gleisi Hoffmann diz que alta da Selic pelo Banco Central é “incompreensível” e que juro é “estratosférico”

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta quinta-feira (19) o aumento da taxa básica de juros da economia para 15% ao ano pelo BC (Banco Central) comandado por Gabriel Galípolo — conduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta quarta-feira (18), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC surpreendeu a maior parte do mercado financeiro ao subir a taxa básica de juros da economia de 14,75% para 15% ao ano. Esse é o maior patamar em 20 anos. Também representa o segundo juro real mais alto do planeta.

“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, disse a ministra Gleisi, em uma rede social.

Essa não é a primeira vez que Gleisi Hoffmann, que ocupava o cargo de presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) até março deste ano, critica o aumento de juros. Até o fim do ano passado, entretanto, o alvo principal era o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Ele deixou o cargo em dezembro.

Campos Neto, por sua vez, saiu em defesa nesta quinta da decisão do Copom. Ele disse que teria feito a mesma coisa, se ainda estivesse no comando do BC. “Eu poderia falar: ‘Viu? Me criticaram tanto e agora a taxa está maior’. Mas minha honestidade intelectual não me deixa embarcar nessa. Eu teria feito a mesma coisa. Acho que o ganho de credibilidade frente ao custo monetário era claramente favorável a este último ajuste, dada a necessidade de reverter as expectativas desancoradas”, disse Campos Neto.

De acordo com o Banco Central, o aumento do juro é reflexo da atividade econômica ainda aquecida, embora mostre desaceleração, motivada entre outros fatores pela alta dos gastos públicos. Também é consequência da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além do conflito no Oriente Médio — que pressiona o preço do petróleo para cima e pode afetar a inflação brasileira.

Ao anunciar Galípolo para o comando do Banco Central, em dezembro do ano passado, o presidente Lula, também repreensor de juros elevados, prometeu que ‘jamais” haveria interferência na gestão do chefe da autoridade monetária. Ele ainda não comentou a alta do juro anunciada pelo BC nesta quarta-feira.

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