Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de agosto de 2023
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu que a Polícia Federal apreenda o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como forma de evitar que ele saia do País durante as investigações da corporação em curso.
“Não se enganem, busquem o mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo, com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”, disse na cerimônia de posse do novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, na sexta-feira (18).
“Este é um novo Brasil. Eu sei que o tempo é presente e é hora de mirar o futuro. Mas não há como, diante desta semana tão decisiva da política brasileira não fazer uma referência especial ao que aconteceu neste momento”, iniciou.
“Graças ao trabalho da operação da Polícia Federal e dos depoimentos dados na CPI dos Atos Golpistas nesta semana, nós podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro. Está apontado como autor, como mandante, da tentativa de fraudes às urnas eletrônicas, como tentativa de fraude à decisão sempre legítima do povo brasileiro escolher seu sucessor. Ali estava a tentativa de violar, de atentar contra a democracia brasileira”, prosseguiu.
Tebet também citou Ulysses Guimarães, um dos principais opositores à ditadura, ao dizer que “traidor da Constituição é traidor da pátria”. “Temos ódio e nojo à ditadura. Digo eu que, a eles, o rigor da lei. Não se enganem.”
As declarações da ministra vêm um dia depois que o hacker Walter Delgatti Neto disse na CPMI do 8 de janeiro que o ex-presidente pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido realizado contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro
Na última quinta (17), em entrevista à CNN, Bolsonaro disse que nunca pegou dinheiro de ninguém e lamenta o que está acontecendo com o seu ex-ajudante de ordens.
“Eu não peguei dinheiro de ninguém. Minha marca é a honestidade e sempre será. Contra mim, não tem absolutamente nada. Não há nada de concreto contra mim. O tempo vai mostrar tudo”, afirmou Bolsonaro.
Questionado sobre a possibilidade de o ex-auxiliar confessar que foi orientado por ele a vender as joias, Jair Bolsonaro lamentou o episódio.
“Acredito que o Cid esteja preocupado com o pai dele. Soube que tanto o pai como a mãe estão deprimidos. Ele já está preso há mais de 100 dias. Quem não fica abalado? É triste isso. Eu lamento tudo o que está acontecendo”, explicou.