Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de dezembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou na terça-feira (23) uma nota na qual afirma não ter conversado com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, sobre a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).
O comunicado foi publicado após reportagens apontarem que Moraes teria procurado Galípolo em pelo menos quatro ocasiões — por telefone e presencialmente — para tratar da operação.
Na nota, o ministro informa que manteve duas reuniões em seu gabinete com o presidente do Banco Central, exclusivamente para discutir os efeitos da Lei Magnitsky, aplicada pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo Moraes, o primeiro encontro ocorreu em 14 de agosto, após a sanção ter sido imposta a ele próprio. A segunda reunião aconteceu em 30 de setembro, depois de a medida ter sido estendida à sua esposa.
O texto afirma ainda que o ministro “jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”.
“Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”, conclui a nota.
Mais cedo, Moraes já havia divulgado outro comunicado informando que se reuniu com Galípolo para tratar das implicações da Lei Magnitsky, sem mencionar o caso envolvendo o Banco Master.
Segundo a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, publicada na segunda-feira (22), Moraes teria entrado em contato com o presidente do BC para discutir a venda do Banco Master ao BRB. De acordo com a colunista, o magistrado teria feito ao menos quatro contatos, por telefone e pessoalmente.
Ainda conforme a publicação, Moraes teria solicitado informações sobre a análise do Banco Central a respeito da operação. A autoridade monetária barrou a transação em setembro, sob o argumento de que não havia “viabilidade econômico-financeira” para o negócio.
A coluna também afirma que os contatos ocorreram no contexto de um contrato do escritório de advocacia da esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, para prestação de serviços jurídicos ao Banco Master.
Na nota divulgada nesta terça, no entanto, Moraes afirma que participou de reuniões com dirigentes de diferentes instituições financeiras para tratar exclusivamente das consequências da aplicação da lei.
“O ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnitsky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o presidente e o vice-presidente jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, da Febraban, do BTG, e com os vice-presidentes do Bradesco e do Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas-correntes, cartões de crédito e débito”, diz o comunicado.
Após a divulgação da nota de Moraes, o Banco Central também se manifestou. Em comunicado, informou que “confirma que manteve reuniões com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky”.