Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de outubro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, esclareça a perda de sinal da tornozeleira eletrônica usada por ele.
O equipamento ficou fora do ar por cerca de uma hora no dia 23 de outubro, entre 17h50 e 18h53, segundo informou a Polícia Penal do Paraná.
Na decisão, Moraes deu prazo de cinco dias para que os advogados de Martins se manifestem sobre o episódio. Caso não apresentem justificativas, o ministro alertou para a possibilidade de decretação imediata da prisão do réu.
Martins responde em liberdade no processo que investiga o chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro. Ele é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis pela elaboração da minuta golpista que circulou nos bastidores do Palácio do Planalto.
A tornozeleira eletrônica é uma das medidas cautelares impostas pelo STF ao ex-assessor, que nega envolvimento com o documento. A defesa já recorreu de outras sanções determinadas por Moraes, como multa por postagem feita por um dos advogados do réu.
PF pede a Moraes investigação sobre suposta ida de Filipe Martins aos EUA
A Polícia Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que instaure procedimento para apurar suposta viagem de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro (PL), aos Estados Unidos, em 2022.
O caso ganhou destaque após o governo dos EUA afirmar oficialmente que Martins não entrou no país. Segundo a PF, no entanto, no sistema do Department of Homeland Security (DHS), há registro de entrada dele por Orlando, na Flórida, em 30 de dezembro de 2022.
Em ofício enviado a Moraes, a PF cita “a gravidade dos fatos constatados” e pede instauração de investigação. Também diz que o registro de entrada de Martins revela a possibilidade de que “integrantes da organização criminosa” tenham simulado uma falsa entrada do ex-assessor nos EUA.
Para a PF, o registro de entrada pode ter sido inserido para atrapalhar o processo no STF. A instituição cita a possibilidade de descredibilização das provas e das autoridades que atuam na ação penal da trama golpista, na qual Martins é réu.
Governo norte-americano negou que Martins tenha entrado no país. Em nota oficial, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) informou ter realizado uma “revisão minuciosa das evidências disponíveis referentes às alegações de entrada” e concluído que não há registro da entrada dele no país na data indicada. Com informações dos portais O Globo e Uol.