Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de novembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (7) para tornar réu o perito computacional Eduardo Tagliaferro, que foi seu assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por violação do sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de Justiça. Ele foi acusado de vazar mensagens com outros auxiliares de Moraes.
O ministro justificou que a denúncia descreve “detalhadamente” os crimes e considerou há “justa causa” para a abertura do processo criminal.
Em seu voto, Moraes afirma que o ex-assessor divulgou as conversas para “criar ambiente de intimidação” e “constranger o exercício legítimo da função jurisdicional”.
Para o ministro, a “divulgação seletiva de informações sigilosas criando dúvida sobre a legitimidade das apurações”, a “propagação de narrativas sem respaldo probatório alegando irregularidades” e a coordenação com outros investigados para “deslegitimar as instituições” comprovam que Eduardo Tagliaferro agiu intencionalmente.
A Polícia Federal concluiu que foi Tagliaferro quem vazou os diálogos. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto.
A Primeira Turma do STF começou a analisar hoje, no plenário virtual, se abre um processo criminal contra o perito. Também vão participar do julgamento os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. A votação fica aberta até 14 de novembro.
Moraes já pediu ao Ministério da Justiça a extradição do ex-assessor, que está na Itália. A extradição pode ser solicitada tanto para assegurar o cumprimento de pena, em caso de condenação, quanto para garantir a instrução de um processo.
Tagliaferro foi detido na Itália no início de outubro para a aplicação de medidas cautelares de proibição de deixar a região onde está vivendo, na comuna de Cosenza, na Calábria.