Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de abril de 2023
O general Gonçalves Dias, demitido do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) depois de vir à tona vídeo em que circula pelo Palácio do Planalto no dia dos atos extremistas de 8 de janeiro, deixou a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília após quase 5 horas de depoimento. A oitiva foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Depois, Dias afirmou, em nota, que o comparecimento à sede da PF foi “uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa”. “Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade seja omissiva ou comissiva nos fatos do dia 8 de janeiro”, disse o ex-ministro, conhecido como GDias.
A permanência de Dias no gabinete de Segurança Institucional ficou insustentável depois que ele foi flagrado interagindo com manifestantes golpistas durante a invasão. Câmeras de segurança mostraram o ministro conversando e apontando a saída para os invasores. O general da reserva do Exército deixou o cargo na última quarta-feira (19).
Gonçalves Dias precisava esclarecer a razão de não ter reagido aos ataques e também quem são os os outros servidores que aparecem nas imagens divulgadas pela CNN Brasil. Em uma delas, o capitão do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira chega a oferecer garrafas de água mineral aos manifestantes.
Em entrevista à Globonews, o militar afirmou que se dirigiu ao Planalto quando viu que os golpistas romperam o cordão montado pela Polícia Militar do Distrito Federal na altura do Congresso. Sobre a interação com os invasores, ele explicou que atuou para “retirar as pessoas do terceiro e quarto andar do Palácio”. No vídeo, Dias aparece indicando a porta de saída aos manifestantes.
“Colaram minha imagem ao major distribuindo água para os manifestantes, fizeram cortes da minha imagem. Tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro, sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que dou a mim até hoje é a honra”, declarou ele.
Alexandre de Moraes tomou a decisão de marcar o depoimento de Dias na última quinta (20), mesmo dia em que ele, oficialmente, pediu demissão do cargo. Para o ministro do STF, os vídeos indicam “atuação incompetente” e “ilícita e conivente omissão” de membros do GSI.