Quarta-feira, 09 de julho de 2025

Ministro da Defesa e o partido de Bolsonaro serão ouvidos como testemunhas de réus que teriam auxiliado o ex-presidente da República em plano de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou as audiências de testemunhas de duas novas ações penais relacionadas à trama golpista investigada pela Corte. Os depoimentos estão previstos para acontecer a partir da próxima semana, abrangendo os chamados núcleos três e quatro da suposta organização criminosa. Esses dois núcleos correspondem, respectivamente, aos grupos compostos por militares e àqueles que atuaram na disseminação de desinformação.

Entre os nomes que devem prestar depoimento estão figuras de destaque, como o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Também serão ouvidos novamente o tenente-coronel Mauro Cid — que já é réu no núcleo 1 — e os ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica).

Atualmente, tramitam no STF quatro ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado, segundo as investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As denúncias foram organizadas em diferentes núcleos, de acordo com o papel desempenhado por cada grupo dentro do plano supostamente criminoso.

O núcleo 1, que envolve as principais lideranças da articulação golpista, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores mais próximos. Esse é o processo que se encontra em estágio mais avançado, já na fase de alegações finais.

Os núcleos restantes — dois, três e quatro — terão as audiências de testemunhas realizadas ao longo das próximas duas semanas. O núcleo dois reúne os suspeitos de atuarem na execução prática das medidas antidemocráticas, enquanto os núcleos três e quatro abrangem os militares envolvidos e os responsáveis por espalhar informações falsas para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

José Múcio Monteiro foi arrolado como testemunha de defesa pelo tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, apontado como integrante do núcleo três e investigado por, supostamente, ter participado da elaboração de um plano para sequestrar o próprio ministro Alexandre de Moraes.

Já Valdemar Costa Neto foi citado por Carlos Rocha, diretor do Instituto Voto Legal (IVL), entidade contratada pelo PL para analisar o funcionamento das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. Devido à suspeita de ter colaborado com a divulgação de informações falsas sobre o sistema eleitoral, Valdemar figura como personagem relevante no núcleo quatro, ligado à desinformação.

As audiências marcarão uma nova etapa nas investigações conduzidas pelo STF, com potencial de esclarecer os vínculos entre os diferentes grupos envolvidos na tentativa de ruptura democrática. (Com informações do jornal O Globo)

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