Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 11 de dezembro de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pode deixar o governo para se dedicar à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (11), Haddad disse ter comunicado ao presidente que pretende contribuir de forma mais direta com a elaboração do programa eleitoral e com a articulação política do próximo ano.
Segundo o ministro, não há intenção de disputar cargos em 2026. A ideia, afirmou, é atuar na construção do plano de governo e apoiar a estratégia eleitoral do PT. Ele relatou que Lula recebeu bem a possibilidade de sua saída.
“A esperança é a última que morre. Ele relutou, mas pensa que eu desisti. Eu não desisti”, disse Lula sobre a candidatura do senador.
“A reação dele foi muito amigável. Ele falou: ‘Haddad, você vai colaborar da maneira que preferir. Qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar’”, disse o ministro, ao lembrar a conversa com o presidente.
O nome de Haddad chegou a ser ventilado para uma possível candidatura em São Paulo, seja ao Senado ou ao governo estadual, dependendo da configuração do palanque adversário. O ministro negou essa possibilidade e afirmou que já comunicou reiteradas vezes ao partido que não pretende concorrer.
“É natural que o nome seja cogitado, mas já informei ao presidente do PT. Passei por três eleições muito difíceis no pior momento do partido. Ajudo no que posso, mas não estou fazendo segredo: não serei candidato”, afirmou.
Questionado se aceitaria ajudar Lula em São Paulo caso o presidente pedisse, Haddad minimizou a hipótese. “Tenho relação de longa data com o presidente. A gente se conhece bem. Não vamos inventar um problema que não existe.”
Haddad afirmou que não trabalha com um planejamento sobre permanecer no Ministério da Fazenda em um eventual segundo mandato. Disse que sua prioridade é garantir um ano de debates tranquilos em 2026.
“Nunca penso nisso. Quero que tenhamos um ano tranquilo para ter uma eleição de bom nível. Nunca pedi cargo na minha vida. Fui convidado. Pretendo me manter assim”, declarou.
O ministro também afirmou que não há data prevista para uma eventual saída da pasta, reforçando que a decisão será tomada em conjunto com Lula quando o calendário eleitoral avançar.
Haddad também minimizou a percepção de que haveria dificuldade na formação de uma nova liderança nacional no partido após Lula. Disse que o PT sempre produziu quadros competitivos.
“Em um partido com 45 anos, o excepcional é não ter nomes nacionais. Governamos vários estados, construímos políticas públicas reconhecidas no mundo. É natural que tenha muitos nomes. O estranho seria ter um só”, afirmou, citando Camilo Santana, Rafael Fonteles e Jaques Wagner.