Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de maio de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (12), que o governo vai fazer a checagem do total de aposentados que não autorizaram descontos nos benefícios do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) para chegar ao valor exato da fraude, além de conferir se os valores bloqueados das associações cobrem o ressarcimento.
“Temos que fazer um balanço do que efetivamente não foi autorizado … Nós temos que saber exatamente o valor da fraude, e temos que saber se os valores bloqueados das associações pagam a fraude”, afirmou Haddad em entrevista ao UOL.
Segundo o ministro, o governo sabe o valor dos descontos, mas não quanto do total foi autorizado e quanto é fraude – ou seja, descontos não autorizados. “Nós vamos ter um procedimento de checagem para saber exatamente quem não autorizou e estabelecer o procedimento de ressarcimento”, reforçou Haddad, ressaltando também a determinação de punir exemplarmente os responsáveis pelos descontos ilegais nos pagamentos a aposentados.
Ao manifestar o desejo de que os fraudadores sejam punidos, o ministro classificou o caso como um escândalo que enojou todo o País. “Eu desejo e acredito que isso punição vai acontecer, que essas pessoas vão ser presas e vão cumprir uma pena que, ao meu juízo, deveria ser exemplar.”
Ele salientou que a fraude foi descoberta pela Controladoria-Geral da União, cujo ministro, Vinícius Marques de Carvalho, chamado por Haddad de “craque”, já bloqueou um volume considerável de recursos das associações fraudadoras. Agora, emendou Haddad, caberá à Polícia Federal, e não mais ao governo, chegar aos responsáveis e recuperar o dinheiro.
“É o Estado brasileiro reprimindo o crime. Então, o método a seguir para chegar nos responsáveis, recuperar o dinheiro e tudo mais, não é da competência de um ministro mais. Nem pode ser. Porque, inclusive, pode afetar o próprio governo, poderia ter pessoas próximas”, afirmou Haddad, que expressou durante a entrevista confiança no trabalho da CGU e da Polícia Federal.
Haddad disse que não chegaram a ele informações de que os recursos descontados de aposentados estariam sendo direcionados a empréstimos consignados. “Não me chegou. Mas o dia que chegar eu vou informando”, afirmou o ministro.
Segundo Haddad, o crédito consignado oferecido pelo sistema bancário funciona há 20 anos de forma exitosa e “não tem nada a ver” com os descontos realizados por associações e sindicatos. Em relação ao crédito consignado lançado pelo governo a trabalhadores do setor privado, o ministro disse que a medida só levará a um endividamento excessivo se não forem tomados os cuidados necessários.
Por ora, frisou, o que está acontecendo é a substituição das dívidas mais caras pelo consignado, que tem taxa mais baixas. Ainda assim, o ministro disse que o governo está acompanhando se as instituições financeiras estão cometendo abusos, como o assédio para que clientes aceitem um empréstimo consignado. “O ministério do Trabalho que está à frente do programa, mas nós estamos acompanhando de perto e com cuidado, porque é uma novidade”, comentou Haddad. (Com informações de O Estado de S.Paulo)