Domingo, 13 de julho de 2025

Ministro da Previdência cobra “mais atenção” do governo a seu partido, o PDT

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), negou na sexta-feira (11) que exista um racha do partido com o governo Lula. A sigla, segundo ele, estaria tensionando a relação, mas para cobrar mais atenção do Palácio do Planalto, em meio a demandas que não têm sido atendidas.

“Não há um racha entre a bancada do PDT e o governo (…). Agora, existem demandas do PDT, e de todos os partidos, que não são atendidas. E o partido sempre tensiona o governo para conseguir mais verbas, emendas, recursos para os municípios e para os estados. É uma disputa natural”, afirmou o ministro, durante sabatina no 20º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em São Paulo.

Em maio, após a exoneração de Carlos Lupi, presidente da sigla, os 17 deputados do partido anunciaram uma declaração independência do governo nas votações na Câmara. Queiroz, que era número 2 de Lupi na Previdência, assumiu o comando da pasta após indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A leitura na sigla era de que a escolha foi pessoal de Lula, e feita sem antes haver uma indicação por parte do partido. De acordo com o ministro, a nomeação teve respaldo das duas bancadas do PDT:

“Antes de assumir o Ministério, me reuni com o líder da bancada do Senado, com os demais senadores, com o líder da bancada da Câmara. A minha ida foi com a anuência das duas lideranças e das duas bancadas”, afirmou. “Os deputados me ligaram dizendo: ‘Não temos nenhum problema com você’. Não há um problema com relação à minha ida para o Ministério.”

Para Queiroz, a declaração de independência nas votações da Câmara foi uma forma de sinalizar que o partido “está precisando de mais atenção” por parte da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

Em meio a uma tentativa de reaproximação, Gleisi teve um encontro na última terça-feira com os 17 deputados federais do partido. Depois do encontro, o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), reafirmou a independência, mas “sem oposição”.

Apesar do distanciamento, o ministro ressaltou que o PDT mantém alinhamento programático com o governo Lula, e disse esperar que o partido vote com o governo “na maioria das vezes”.

“O PDT não tem como votar diferente do governo nas votações do plenário, porque nós temos uma identidade programática. O PDT tem uma história semelhante à do PSB, à do PT, as nossas pautas são as mesmas. Em assuntos centrais, a nossa posição vai ser sempre, ou na maioria das vezes, muito parecidas com as posições do governo”, disse.

Durante a sabatina, o ministro foi questionado ainda sobre a expectativa para o início da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar fraudes bilionárias no INSS, no segundo semestre. Queiroz afirmou que será uma oportunidade para o governo demonstrar que atuou no combate ao esquema.

Segundo ele, os principais responsáveis por omissão em alertas internos ao Ministério da Previdência sobre as fraudes devem ser convocados. Ele citou o procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, e o ex-diretor de Benefícios, Vanderlei Barbosa dos Santos, ambos afastados após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.

Questionado sobre os impactos eleitorais do escândalo, especialmente na corrida presidencial de 2026, o ministro afirmou que “não mistura eleição com um momento grave como esse”. Ele reconheceu, que o desgaste político existe, mas avaliou que o desfecho da investigação pode influenciar o cenário eleitoral.

“Tem um impacto eleitoral, mas eu acredito firmemente diante de tudo que foi colocado que nós temos uma boa exposição para fazer na CPI que vai provar cabalmente que não foi no governo Lula que começou, mas foi o governo Lula que terminou com o roubo aos aposentados e ele que vai revoltar o dinheiro”, disse. As informações são do jornal O Globo.

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