Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de novembro de 2022
O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, criticou nesta terça-feira (15) os “líderes e empresários” que vão de “jatos particulares” à Conferência do Clima da ONU, a COP 27.
“Filantropos, líderes e empresários e seu sempre exagerado número de assessores vieram em jatos particulares ao luxuoso balneário do Mar Vermelho para cobrar metas de redução de emissões dos outros, sugerindo carros ultramodernos a hidrogênio ou 100% elétricos, completamente desconexos da realidade de diversas regiões do Brasil e do mundo”, afirmou.
Uma das autoridades a ir à conferência em jato particular foi o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista e sua comitiva foram de carona em um avião Gulfstream G600 do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde. Joaquim Leite é o chefe da delegação do Brasil na COP27.
Ao discursar, criticou o que chamou de “redução de emissões extremamente forçada”. “O Brasil acredita que o mundo deve caminhar para uma política ambiental racional na direção de desenvolvimento econômico e geração de emprego verdes, não na redução de emissões extremamente forçada, via taxas e custos a vários setores econômicos, com risco de geração de inflação verde e aumento da pobreza.”
O ministro também usou seu discurso para fazer críticas a governos anteriores ao do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, gestões tinham como foco “enviar recursos somente para ONGs”. “Diferente dos governos anteriores, onde o foco era enviar recursos somente para ONGs, nos últimos anos implementamos políticas junto com o setor privado para dar escala a uma nova economia verde com objetivo de neutralidade climática até 2050”, declarou.
O governo brasileiro lançou durante a COP27 a Agenda Brasil + Sustentável. O documento apresenta medidas adotadas nos últimos 4 anos que estariam alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), um apelo global para acabar com a pobreza e proteger o meio ambiente. Ao todo, foram listados mais de 800 ações.
Segundo o governo, a produção da Agenda Brasil + Sustentável se deu de forma colaborativa e mobilizou a participação de todos os ministérios. O documento tem 80 páginas e cita as contribuições de iniciativas variadas como o Auxílio Brasil, o Plano Safra, o Marco Legal do Saneamento e a Operação Acolhida, entre outros.
Em seu discurso, o ministro falou sobre o novo marco do saneamento e o mercado regulado de carbono entre ações adotadas pelo país. Disse que o Brasil que levou ao evento é o “das energias verdes, com matriz elétrica 85% renovável e recordes históricos de instalação de eólica e solar”. “Devido às políticas de incentivos dos últimos anos, o país é um exemplo para o mundo. Com energia excedente poderá produzir hidrogênio e amônia verdes para exportação. Mais uma vez somos parte da solução, que vai de alimento a energia limpa”, acrescentou.