Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Ministro do Supremo Alexandre de Moraes critica “mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia” e uso da “redes sociais que só pretendem o lucro”

Sem citar nomes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nessa sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral brasileira “está acostumada a combater mercantistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia” e criticou a união de “irresponsáveis mercantilistas, ligados às redes sociais, com políticos brasileiros extremistas”.

O discurso de Moraes foi no lançamento da Pedra Fundamental do Museu da Democracia, na antiga sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Centro do Rio de Janeiro.

“A Justiça Eleitoral não se abala, continuará defendendo a vontade do eleitor, contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro”, disse.

A fala é feita em meio à polêmica dos ataques do bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) – que não foi citado no discurso –, contra decisões do STF que determinam a suspensão de perfis da plataforma. Após posts contra o ministro, Moraes determinou que a conduta de Musk fosse investigada em novo inquérito e incluiu o empresário entre os investigados no inquérito já existente das milícias digitais.

“Reiteradas vezes querem ameaçar a democracia brasileira. Essa antiquíssima mentalidade mercantilista, que une o abuso do poder econômico, que só visa ao lucro, com o autoritarismo extremista de novos políticos, volta a atacar a soberania do Brasil, volta a atacar a Justiça Eleitoral, com a união de irresponsáveis mercantilistas, ligados às redes sociais, com políticos brasileiros extremistas”, disse Moraes.

Museu da Democracia

O museu vai ficar no prédio histórico e tombado na Avenida Primeiro de Março, no Centro, onde hoje está o Centro Cultural da Justiça Eleitoral – sede do TSE entre 1946 e 1960.

“O Museu da Democracia vai mostrar a conquista brasileira com as urnas eletrônicas, vai mostrar o ataque autoritário e arbitrário de correntes extremistas às urnas eletrônicas, a vontade livre do brasileiro e da brasileira de votar, a reação do poder judiciário brasileiro para garantir a democracia no Brasil”, disse Moraes.

A prefeitura do Rio vai custear a reforma e implantar o museu, ainda sem prazo para a inauguração.

“Temos a clara convicção e a certeza de que, talvez, seja esse o momento mais propício da história recente do Brasil para que a gente trate de maneira bastante enfática o tema da democracia. Nessa linda cidade do Rio de Janeiro, temos a honra de ser escolhida para receber o Museu da Democracia, que ocupará esse prédio fantástico, cuja história se confunde com a história institucional brasileira”, afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o Mude “será um espaço de celebração e reafirmação da importância da democracia para o Brasil” onde os “visitantes poderão conhecer a trajetória da democracia do país até os dias atuais”.

O TSE vai abrir, com o auxílio da Secretaria Municipal de Cultura, um chamamento público para selecionar a organização da sociedade civil que ficará responsável pela implementação, operacionalização e gestão especializada do Mude.

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