Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de março de 2023
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes decidiu que Jair Bolsonaro está proibido de usar ou vender o segundo pacote de joias trazido da Arábia Saudita por assessores do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e que não foi incorporado ao patrimônio da União.
O despacho de Nardes, incluído no início da noite de quinta (9) no sistema eletrônico da corte de contas, estabelece que o ex-presidente pode ficar como depositário das joias, mas sem o direito de usá-las.
A manifestação responde a um pedido da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) para que o pacote de joias seja confiscado. Nardes, notório por sua simpatia por Bolsonaro, não atendeu ao pedido.
Assim que ele foi sorteado como relator no sistema do tribunal, inclusive, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) pediu a suspeição de Nardes para julgar o caso. O pedido do senador tem como base um áudio de teor golpista de Augusto Nardes que veio à tona no ano passado, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas eleições.
O estojo contendo relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard, foi trazido para o Brasil na mesma viagem que as joias de diamante da mesma marca foram apreendidos pela Receita Federal, em outubro de 2021.
Assim como as joias destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, elas vieram pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Depois que o caso foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, Bolsonaro negou ter recebido esse segundo pacote de joias. Quando vieram à tona documentos mostrando que o conjunto estava em seu acervo privado, Bolsonaro voltou atrás, confirmou que está com as joias, e seus advogados passaram a argumentar que se tratam de “itens de caráter personalíssimos”, o que em tese, o liberaria para ficar com eles.