Sexta-feira, 16 de maio de 2025

Ministro Gilmar Mendes refuta conflitos de interesses ao julgar casos envolvendo a CBF e Ednaldo Rodrigues

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, negou nesta quinta-feira (15) que exista qualquer conflito de interesse ao julgar casos envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mesmo existindo uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual é fundador, e a entidade que comanda o futebol nacional.

As polêmicas começaram quando Gilmar Mendes foi sorteado para julgar casos relacionados a Ednaldo Rodrigues. Gilmar negou alguns pedidos de afastamento do mandatário e o reconduziu ao cargo em janeiro de 2024, o que aumentou a pressão sobre a relação do ministro com a entidade. Ednaldo foi afastado do cargo nesta quinta-feira pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

“Eu sou sócio do IDP e, em dado momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os custos que a CBF Academy (instituição de ensino da entidade) fazia. Foi somente um contrato de direito privado dirigido pela direção do IDP. Não há conflito de interesse em relação a esta questão. O IDP é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior. Neste caso, (o IDP) estava organizando e cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário”, disse o ministro ao Uol.

Questionado sobre o afastamento de Ednaldo, Gilmar não falou diretamente sobre o assunto e nem entrou em detalhes sobre o pedido de recurso solicitado pelo dirigente. No entanto, o ministro, que fez o pedido para apuração de fraude em assinatura do coronel Nunes no acordo que havia estabilizado Ednaldo no cargo, explicou o motivo de ter transferido a matéria do STF ao Tribunal do Rio. Ednaldo disse, mais cedo, ter certeza absoluta que coronel Nunes assinou o documento.

“Houve um acordo feito entre três remanescentes nessas ações que corriam no Rio de Janeiro desistindo e retirando qualquer pleito ou queixa. Isso veio para cá (STF) e foi homologado por mim, que era o relator de um processo que tem conexão com esta matéria. Aí surgiram imputações de que um dos signatários não estaria em condições de fazer a assinatura, que seria falsa, ou muito provavelmente falsa. Eu disse, então, que isto não era matéria da nossa competência e devolvi o tema ao tribunal do Rio de Janeiro”, explicou.

De acordo com apuração do jornal O Estado de S.Paulo, congressistas se movimentam para estabelecer CPIs que tenham como principal alvo Ednaldo Rodrigues. Esse grupo vê na fragilidade da situação de Ednaldo Rodrigues a possibilidade de atingir o ministro Gilmar Mendes.

É citado, ainda, tanto nos pedidos de afastamento de Ednaldo pedidos ao STF, quanto em requerimentos para a presença de Ednaldo Rodrigues no Congresso Nacional, a relação do ministro Gilmar Mendes com a CBF.

A revista piauí aponta relação entre a primeira destituição de Ednaldo, em 2023, pelo TJ-RJ e o desembargador da mesma corte fluminense Luiz Zveiter, pai de Flávio Zveiter, que articulou uma candidatura para suceder Ednaldo. O paralelo também é traçado entre o presidente afastado e Gilmar Mendes.

Foi uma reportagem da própria piauí que revelou gastanças e práticas autoritárias na gestão da CBF, o que colocou Gilmar Mendes como alvo de críticas públicas. O texto publicado na edição de abril da revista falou também em pagamentos suspeitos a advogados antes de decisões judiciais favoráveis à CBF. Segundo apuração do repórter Allan de Abreu, Gilmar Mendes ficou pressionado e precisou ceder após parlamentares ameaçarem a instalação de CPIs para investigar a confederação. (Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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