Quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Ministros do Supremo indicados por Bolsonaro ligam para senadores para defender aprovação de Messias, indicado por Lula

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, ganhou um cabo eleitoral de peso em sua busca de apoio no Senado, que precisa dar aval à escolha. Os ministros da Corte André Mendonça e Kássio Nunes Marques, nomeados na Corte por Jair Bolsonaro, têm acionado parlamentares da oposição para defender a aprovação de Messias.

Mendonça entrou pessoalmente em campo para ajudar a indicação. De acordo com os relatos, em ligações feitas nos últimos dias a pelo menos cinco senadores, principalmente da oposição que o apoiou em 2021, Mendonça afirmou que Messias “não é militante”, ressaltou que o advogado-geral tem perfil técnico e religioso. Segundo parlamentares o ministro enfatizou que Messias não representa um avanço automático da influência do governo no tribunal e que sua trajetória no Senado e no mundo jurídico é sólida o suficiente para garantir independência. Kassio Nunes Marques também estaria atuando na mesma linha, segundo aliados do indicado de Lula.

Messias também já está atuando e tem ligado se encontrado com senadores.

A atuação ocorre em meio à pressão imposta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao marcar a sabatina para 10 de dezembro, comprimindo o tempo do Planalto para construir apoio. Com apenas nove dias entre a leitura da mensagem presidencial e a sabatina, o governo perdeu margem para que Messias percorra gabinetes e converse individualmente com senadores — movimento considerado essencial após a resistência causada pela forma como Lula conduziu a indicação.

Do outro lado, o governo e aliados de Messias vem atuando para tentar adiar essa sabatina e ganhar mais tempo. O trabalho é uma tentativa de convencer o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aceitar a mudança de data.

—Eu não tenho o poder de desmarcar, mas tem muitas pessoas ponderando que está muito em cima— disse o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA).

Messias segue fazendo seu périplo pelo Senado e tem diversos encontros marcados para esta quarta-feira, entre eles, com uma de suas principais aliadas na Casa, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

A investida surge num quadro de acirramento político. A decisão de pautar a sabatina rapidamente de Alcolumbre, que preferia Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, foi vista por líderes como uma forma de “chamar para briga” e ampliar o desgaste com o Planalto. A oposição, inflamada após a condenação de Jair Bolsonaro, enxerga na votação uma oportunidade de expor fragilidades do governo e pretende usar o curto prazo como elemento de pressão.

Nesse ambiente, governistas admitem que Lula terá de se envolver pessoalmente para convencer senadores de centro e parlamentares que se sentiram ignorados no processo de escolha. Com informações do portal O Globo.

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