Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de dezembro de 2025
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestaram apoio ao colega Alexandre de Moraes após a divulgação de reportagens que apontaram supostas pressões exercidas por ele sobre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em assuntos relacionados ao Banco Master. Em conversas reservadas, integrantes da Corte avaliaram que a repercussão do caso estaria associada à atuação de grupos opositores ao ministro e classificaram o episódio como desproporcional, utilizando expressões como “tempestade em copo d’água” para descrever a situação.
Segundo relatos desses magistrados, a Corte estaria sendo alvo de críticas que, na avaliação deles, não se sustentariam nos fatos apurados até o momento. A leitura predominante entre esses ministros é a de que o tema ganhou visibilidade em razão do histórico de embates envolvendo Moraes e setores políticos que se opõem às suas decisões no STF.
O ministro Dias Toffoli, relator no Supremo do inquérito que apura possíveis fraudes envolvendo o Banco Master, também recebeu manifestações de solidariedade de outros integrantes da Corte. A defesa ocorreu após a divulgação de informações de que, em novembro, Toffoli teria viajado a Lima, no Peru, para assistir à final da Copa Libertadores entre Flamengo e Palmeiras, no mesmo voo particular utilizado por um advogado que atua na defesa de um dos diretores do Banco Master, instituição que posteriormente foi liquidada pelo Banco Central.
Nos bastidores do STF, ministros argumentam que tanto o presidente do Banco Central quanto os integrantes da Suprema Corte não estariam sujeitos a pressões externas. Segundo essa avaliação, a autonomia institucional dessas autoridades impediria qualquer tipo de interferência indevida em decisões técnicas ou judiciais. Como exemplo, magistrados citam que, se houvesse disposição para ceder a pressões políticas, o ex-presidente Jair Bolsonaro não teria sido condenado no processo que apurou a tentativa de ruptura institucional.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informou que Alexandre de Moraes teria feito seis ligações telefônicas para Gabriel Galípolo, no mesmo dia, com o objetivo de obter informações sobre o andamento da operação de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Paralelamente, veio a público que a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, firmou contrato no valor de R$ 129 milhões para prestar serviços jurídicos ao Banco Master em Brasília, conforme revelado pelo jornal O Globo.
Alexandre de Moraes nega ter mantido contatos telefônicos com o presidente do Banco Central a respeito do tema. Em nota divulgada por sua assessoria, o ministro afirmou que se reuniu com Gabriel Galípolo em duas ocasiões, exclusivamente para tratar dos impactos da aplicação da Lei Magnitsky, que resultou em sanções contra ele, e não para discutir assuntos relacionados ao Banco Master. (Com informações da Coluna do Estadão/O Estado de S. Paulo)