Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de agosto de 2022
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) classificaram a nova sequência de críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) a ministros da Corte como “ato de desespero” e chamaram de “pirotecnia” a tentativa do presidente de transformar, mais uma vez, o 7 de Setembro em ato político contra as instituições, em especial Supremo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A avaliação de ministros é que, desde o encontro de Bolsonaro com embaixadores e a sequência de reações ao evento, consolidou a percepção de que não há espaço para qualquer ato contra a institucionalidade. É majoritária dentro da Corte a percepção de que, diferentemente do que o presidente faz querer crer, as falas contra o Poder Judiciário não encontram mais respaldo na cúpula das Forças Armadas.
O entendimento entre ministros é o de que o presidente, ao chamar o 7 de Setembro para o Rio de Janeiro, Bolsonaro escolhe o que seria um terreno mais seguro para conseguir reunir um maior número de apoiadores. Os magistrados acreditam que o mandatário deve conseguir, sim, levar às ruas quantidade expressiva de seguidores, mas que o ato não passará de “pirotecnia”.
O presidente anunciou há alguns dias que haverá um desfile militar na praia de Copacabana, por conta do Sete de Setembro. Tradicionalmente, o evento acontece na avenida Presidente Vargas, onde também fica o Palácio Duque de Caxias e o Quartel-General do Comando Militar do Leste.
O Estado-Maior iniciou agora o planejamento para a mudança de local do desfile. Também é corrente entre ministros do Supremo o entendimento de que os manifestos em defesa da democracia, o da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e o da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), criaram uma espécie de freio aos rompantes de Bolsonaro.