Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de maio de 2025
Morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, a cantora Nana Caymmi, uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira. Nana estava internada na clínica São José, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde deu entrada em agosto do ano passado para tratar de uma arritmia cardíaca.
Nascida Dinahir Tostes Caymmi, em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana foi a primogênita do casal formando pelo cantor e compositor baiano Dorival Caymmi e pela cantora Stella Maris. Quando ela nasceu, o pai já era conhecido no rádio, por gravações como a que Carmen Miranda fizera de “O que é que a baiana tem?”. Na escadinha, foi seguida por Dori em 1943 e Danilo em 1948 – todos os irmãos acabariam virando músicos também.
Estreia em disco
Em 1960, ainda na adolescência, Nana Caymmi gravou pela primeira vez como cantora, em disco do pai, na faixa “Acalanto”, que ele compôs em sua homenagem, quando ela ainda era criança. Os versos se tornaram conhecidos por quase todas as crianças do Brasil: “Boi, boi, boi / boi da cara preta / pega essa menina que tem medo de careta”.
“Meu pai estava em São Paulo para gravar um LP e minha mãe ia gravar “Acalanto”, mas na hora ela tremeu, ficou com medo”, contou Nana, na entrevista de 1973.
Ainda em 1960, Nana lançou seu primeiro compacto solo, um 78 rpm, contendo as músicas “Adeus” (Dorival Caymmi) e “Nossos beijos” (Hianto de Almeida e Macedo Norte). No dia 26 de abril, assinou contrato com a TV Tupi, apresentando-se no programa “Sucessos Musicais”. Em seguida, passou a apresentar, acompanhada por Dori, o programa “A Canção de Nana”, produzido por Eduardo Sidney.
Casamento e vida na Venezuela
Em 1961, surpreendentemente, Nana largou tudo para se casar com o médico Gilberto José Aponte Paoli e mudou-se para a Venezuela. Lá, nasceram suas filhas: Stella Teresa (em 1962) e Denise Maria (em 1963).
Mas a música seguiu em sua vida. Três anos depois, participou do disco “Caymmi visita Tom e leva seus filhos Nana, Dori e Danilo”, ao lado do pai e dos irmãos. No ano seguinte, gravou pelo selo Elenco seu primeiro LP, “Nana” e, em dezembro, separou-se do marido e voltou para o Brasil grávida (do filho João Gilberto), com as filhas.
Boleros nos anos 1990
Em 1991, depois de meses cuidando do filho, que sofrera um grave acidente de moto, Nana Caymmi voltou ao cenário, participando, ao lado do irmão Danilo, de espetáculo realizado no Rio Show Festival (RJ), que reuniu o pai Dorival e Tom Jobim. Ela ainda cantou, com Dorival e Danilo, no Festival Internacional de Jazz de Montreux. O show foi gravado ao vivo e gerou o disco “Família Caymmi em Montreux”.
Nos anos 1990, Nana Caymmi lançou um CD só de boleros, “Bolero” (de 1993, que ela gravou “morrendo de vergonha”, na onde de cantores jovens, como Luis Miguel, e que foi um inesperado sucesso de vendas, com quase 100 mil cópias) e “A noite do meu bem – as canções de Dolores Duran”(1994). Em 1999, Nana foi contemplada com o primeiro disco de ouro de sua carreira, pelas 100 mil cópias vendidas do CD “Resposta ao tempo”. (Com informações do O Globo)