Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de julho de 2025
A cantora e empresária Preta Gil morreu aos 50 anos, neste domingo (20). A informação foi confirmada pela assessoria da artista e a família ainda vai se manifestar publicamente. Filha de Gilberto Gil, ela estava em tratamento contra um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023 e que entrou em remissão no final do mesmo ano. Em agosto de 2024, a doença voltou em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. Preta deixa um filho, Francisco, de 28, e uma neta, Sol de Maria, de 7.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Dois anos após seu pai retornar do exílio em Londres durante a ditadura no Brasil. Tinha tatuado no braço “Drão”, apelido de sua mãe, Sandra Gadelha, nome de uma das músicas mais lindas do pai e sua favorita, como ela mesma gostava de dizer.
Mulher preta, bissexual e fora dos padrões estéticos convencionais, Preta enfrentou preconceitos desde a infância e usava sua visibilidade para combater o racismo, a gordofobia e a homofobia. “Eu costumo dizer que eu era a Preta no mundinho da Tropicália, achava que as pessoas eram que nem a minha família. O mundo não era assim”, afirmou certa vez a cantora à revista Forbes.
Tratamento
Ao longo de todo o tratamento contra a doença, a cantora compartilhou a rotina de exames, internações e cirurgias com os fãs, das pequenas vitórias aos grandes reveses, como o choque séptico gravíssimo e o fim do casamento devido à traição do ex-marido. Em agosto de 2023, passou por uma cirurgia de 14 horas, para extirpar o tumor e ainda fazer uma histerectomia total abdominal — retirada do útero através de uma incisão no abdômen. Só ano seguinte ela revelou que precisou amputar o reto
No final de novembro daquele ano, anunciou que voltaria ao hospital, para reverter a ileostomia feita na primeira operação. “É fazer habilitação, me adaptar e seguir a vida. Sou muito grata de verdade”, disse ela ao falar dos exames pré-operatórios, mais uma vez compartilhando com o público mais uma passo na jornada contra a doença.
Em 2024, Preta revelou a volta do câncer e uma nova rodada de quimioterapia, que não saiu como ela ou os médicos esperavam. “A gente tem que buscar alternativas em países diferentes, com tipos de estudos diferentes, ensaios diferentes ainda não publicados ou publicados, drogas que ainda não chegaram ao Brasil”, pontuou, ao se consultar no Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), um hospital de referência no tratamento oncológico nos Estados Unidos.
Preta encarou a batalha com resiliência e transparência, sempre incentivando a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer.