Sábado, 26 de abril de 2025

Mounjaro, concorrente do Ozempic, chega às farmácias em maio

O medicamento Mounjaro (tirzepatida) estará disponível nas farmácias do Brasil a partir da primeira quinzena de maio. A caneta injetável, considerada concorrente do Ozempic (semaglutida), foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023.

Antes da liberação para comercialização, o produto não era vendido no país e chegou a ser alvo de contrabando. Inicialmente, o uso da tirzepatida foi autorizado para o tratamento do diabetes tipo 2. A farmacêutica Eli Lilly aguarda nova aprovação da Anvisa para que o medicamento também possa ser indicado em bula para controle crônico do peso.

Apesar disso, médicos já vêm prescrevendo a substância na modalidade off label, ou seja, fora das indicações aprovadas, como alternativa para o emagrecimento. Pesquisas em andamento avaliam ainda possíveis benefícios do composto no tratamento da apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

Segundo a fabricante, o Mounjaro representa uma nova classe terapêutica para o tratamento do diabetes tipo 2 – condição que afeta cerca de 16 milhões de brasileiros. Estudos apontam que o medicamento apresenta resultados superiores aos da semaglutida no controle da glicemia.

Retenção de receita

Neste mês, a Anvisa passou a exigir a retenção da receita médica para a venda de medicamentos agonistas GLP-1 – categoria que inclui Mounjaro, Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares. A nova regra entra em vigor 60 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

Até então, esses medicamentos eram vendidos com a apresentação da receita comum, de tarja vermelha. Na prática, no entanto, muitos estabelecimentos não exigiam o documento, facilitando o acesso ao produto mesmo sem prescrição médica.

Como age a tirzepatida

A tirzepatida atua no controle da glicemia e do peso corporal. De acordo com a Eli Lilly, é o primeiro medicamento aprovado que age simultaneamente em dois receptores hormonais relacionados à regulação do apetite: o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon).

Esses hormônios incretínicos são liberados pelo intestino em resposta à ingestão de alimentos e estimulam a liberação de insulina. Também atuam em áreas do cérebro responsáveis pelo controle do apetite. Estudos mostram que a tirzepatida reduz a vontade de comer e influencia a forma como o corpo utiliza a gordura, beneficiando especialmente pessoas com diabetes tipo 2.

Em modelos pré-clínicos, o GIP é responsável por dois terços do efeito incretínico, contribuindo para a secreção de insulina, redução da ingestão calórica e aumento do gasto energético. Quando combinado com o GLP-1, pode ampliar os efeitos na redução do peso e no controle da glicemia.

Resultados

Estudos clínicos demonstram que a tirzepatida pode promover perda significativa de peso. No estudo Surpass-2, pacientes com diabetes tipo 2 perderam, em média, 12,4 quilos – o dobro do observado com a semaglutida.

Já nos estudos Surmount-3 e 4, que avaliaram pessoas com obesidade ou sobrepeso e comorbidades, mas sem diabetes, a redução média de peso chegou a 26% do peso corporal, o equivalente a 28 quilos. Os resultados se aproximam, e em alguns casos superam, os efeitos obtidos com a cirurgia bariátrica.

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