Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nessa segunda-feira (21) a abertura de uma investigação para apurar possíveis operações financeiras ilegais com uso de informação privilegiada — prática conhecida como insider trading — envolvendo o mercado de câmbio.
A decisão foi tomada com base em uma petição da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou indícios de que grandes transações com dólar foram realizadas poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil, no último dia 9 de julho. Segundo a AGU, essas movimentações atípicas podem ter sido feitas por investidores que tiveram acesso prévio e indevido às informações sigilosas sobre a medida adotada pelo governo norte-americano.
O episódio, considerado suspeito, foi detalhado com base em dados do próprio mercado. No dia 9 de julho, às 13h30, uma operação de compra entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões foi registrada, com o dólar cotado a R$ 5,46. Às 16h17, o então presidente Donald Trump publicou oficialmente uma carta anunciando tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros. Apenas três minutos depois, às 16h20, os mesmos dólares foram revendidos no mercado a R$ 5,60. O rápido salto na cotação gerou lucros bilionários.
O movimento chamou a atenção de especialistas, que viram na sequência de ações um forte indício de que havia conhecimento antecipado da medida. “Não é o padrão normal das transações com o real naquele dia. Pode ter sido qualquer um que sabia desde o começo. E vamos ter que esperar para ver quem realmente foi”, afirmou ao Jornal Nacional o gestor Spencer Hakimian, da Tolou Capital Management, sediada em Nova York.
Hakimian explicou que, com a compra da moeda americana a R$ 5,46 e a venda minutos depois a R$ 5,60, o lucro pode ter chegado a 50% do valor investido em menos de três horas — algo extremamente incomum no mercado cambial, onde variações desse tipo normalmente ocorrem ao longo de semanas.
Segundo o especialista, o comportamento do operador revela conhecimento detalhado da situação. “O operador:
* Sabia da informação antes do anúncio
* Sabia o impacto que ela causaria no mercado
* Sabia exatamente quando e como operar.”
Hakimian ainda reforçou a suspeita: “Alguém disse: ‘quero fazer a transação rápido e não quero que ninguém veja’”, sugerindo que a operação foi planejada para evitar detecção.
A investigação deverá apurar quem foram os responsáveis pelas transações, se houve quebra de sigilo e se há vínculo com autoridades ou instituições com acesso antecipado à decisão americana.
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nessa segunda-feira (21) a abertura de uma investigação para apurar possíveis operações financeiras ilegais com uso de informação privilegiada — prática conhecida como insider trading — envolvendo o mercado de câmbio.
A decisão foi tomada com base em uma petição da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou indícios de que grandes transações com dólar foram realizadas poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil, no último dia 9 de julho. Segundo a AGU, essas movimentações atípicas podem ter sido feitas por investidores que tiveram acesso prévio e indevido às informações sigilosas sobre a medida adotada pelo governo norte-americano.
O episódio, considerado suspeito, foi detalhado com base em dados do próprio mercado. No dia 9 de julho, às 13h30, uma operação de compra entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões foi registrada, com o dólar cotado a R$ 5,46. Às 16h17, o então presidente Donald Trump publicou oficialmente uma carta anunciando tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros. Apenas três minutos depois, às 16h20, os mesmos dólares foram revendidos no mercado a R$ 5,60. O rápido salto na cotação gerou lucros bilionários.
O movimento chamou a atenção de especialistas, que viram na sequência de ações um forte indício de que havia conhecimento antecipado da medida. “Não é o padrão normal das transações com o real naquele dia. Pode ter sido qualquer um que sabia desde o começo. E vamos ter que esperar para ver quem realmente foi”, afirmou ao Jornal Nacional o gestor Spencer Hakimian, da Tolou Capital Management, sediada em Nova York.
Hakimian explicou que, com a compra da moeda americana a R$ 5,46 e a venda minutos depois a R$ 5,60, o lucro pode ter chegado a 50% do valor investido em menos de três horas — algo extremamente incomum no mercado cambial, onde variações desse tipo normalmente ocorrem ao longo de semanas.
Segundo o especialista, o comportamento do operador revela conhecimento detalhado da situação. “O operador:
* Sabia da informação antes do anúncio
* Sabia o impacto que ela causaria no mercado
* Sabia exatamente quando e como operar.”
Hakimian ainda reforçou a suspeita: “Alguém disse: ‘quero fazer a transação rápido e não quero que ninguém veja’”, sugerindo que a operação foi planejada para evitar detecção.
A investigação deverá apurar quem foram os responsáveis pelas transações, se houve quebra de sigilo e se há vínculo com autoridades ou instituições com acesso antecipado à decisão americana.