Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de maio de 2025
Um ano após as enchentes recordes no Rio Grande do Sul, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realiza nesta sexta-feira (2) e sábado o evento “Summit em Mudanças Climáticas”. A programação abrange uma série de atividades no Salão de Atos (Centro Histórico), com a presença de aproximadamente 50 especialistas brasileiros e de outros países.
A participação é gratuita e aberta ao público em geral. Os detalhes estão no site climatesummit.com.br e também podem ser obtidos pelo telefone (51) 99504-8108.
Na pauta estão os impactos e desafios das tragédias climáticas um mundo cada vez mais afetado por esse tipo de ocorrência. O objetivo é promover a reflexão e o debate 50 especialistas de relevância científica e política para discutir não apenas as causas e consequências das mudanças climáticas, mas também os caminhos para a mitigação de seus efeitos e ações integradas para a construção de soluções sustentáveis.
A Universidade é a organizadora do evento, pois se configura como um dos polos de produção científica mais relevantes do país, atuando em pesquisas sobre os efeitos das mudanças climáticas e marcando presença ativa na resposta ao desastre de 2024. Ao assumir a missão de conectar a ciência com a sociedade, promove um diálogo qualificado e acessível e reforça o seu papel como articuladora de conhecimento científico e promotora de ações sociais.
A reitora Marcia Barbosa, o pró-reitor de pesquisa Flavio Kapczinski (coordenador do evento) e a professora do Instituto de Geociências (também coordenadora) ressaltam: “Cientistas de diversas partes do mundo irão elaborar a Carta de Porto Alegre, um documento-resumo de uma política para um futuro resiliente para o nosso Estado”.
O documento colaborativo incluirá recomendações baseadas na ciência para direcionar esforços na construção de políticas públicas eficazes no enfrentamento da emergência climática: “Será um legado do encontro, servindo como base para governos, instituições e movimentos sociais agirem com responsabilidade e compromisso”.
Situação preocupante
A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou o ano de 2024 como o ano mais quente já registrado, com cerca de 1,55 °C acima dos níveis pré-industriais. O aumento das temperaturas, a seca e tempestades mais intensas são todos efeitos das mudanças climáticas.
Esses efeitos impactam o dia-a-dia da população, com o aumento na ocorrência de eventos extremos (enchentes, tempestades e estiagens) e na elevação do custo de alimentos básicos (como o café, cuja safra é afetada pelos eventos climáticos).
Nesse contexto, as inundações que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 não foram um episódio isolado. A ciência tem alertado há décadas sobre o aumento da intensidade e frequência de eventos climáticos extremos devido ao aquecimento global. No Brasil e no mundo, registros de enchentes, secas severas e tempestades violentas se tornam cada vez mais comuns, impactando milhões de vidas e exigindo ações efetivas.
(Marcello Campos)