Quinta-feira, 03 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de setembro de 2023
No último Congresso da Sociedade Americana para Nutrição, um estudo apresentado pela pesquisadora Xuan-Mai T. Nguyen, do Carle Illinois College of Medicine (EUA), mostrou que investir em oito hábitos por volta dos 40 anos fazia os homens ganharem 24 anos a mais de vida e mulheres, 23 anos extras. Além disso, o risco de morte por qualquer causa foi 13% menor em relação a quem não adotou nenhum dos comportamentos avaliados.
A análise foi baseada em informações de 719.147 veteranos americanos de 40 a 99 anos – os dados eram referentes ao período de 2011 a 2019. Durante o acompanhamento, cerca de 30 mil pessoas morreram.
De acordo com os achados do trabalho, os oito hábitos associados ao ganho na longevidade são:
1 – Não fumar;
2 – Praticar exercícios físicos;
3 – Contar com boas relações pessoais;
4 – Não ter episódios frequentes de abuso de álcool;
5 – Ter boas noites de sono;
6 – Manter uma dieta saudável;
7 – Controlar o estresse;
8 – Não ter vício em medicamentos opioides.
“É um belo resultado”, elogia Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Ela nota que fatores como aplicação de vacinas, desenvolvimento de medicamentos cada vez mais modernos e maior capacidade de controlar doenças já resultaram, no mundo todo, em um aumento na expectativa de vida. “A gente consegue ver as pessoas chegando aos 80, 90 anos, mas não com tanta qualidade de vida. E é isso que queremos corrigir”, analisa. Para ela, a incorporação desses hábitos garante justamente que o indivíduo não apenas viva mais, como viva melhor.
Para Simone, a marca dos 40 anos é importante porque, nessa fase, muitos hábitos já estão consolidados e os efeitos deletérios de alguns deles começam a aparecer, como um quadro de hipertensão, diabetes etc. “É um momento de recalcular a rota e minimizar prejuízos”, resume a especialista. Mas ela frisa que uma mudança positiva trará benefícios em qualquer etapa, seja aos 50, 60 ou 70.
E não é necessário adotar os oito hábitos de uma vez só. Embora esse seja o cenário ideal, faz mais sentido começar aos poucos – até para não ocorrer uma desistência no meio do caminho. “Não dá para abraçar tudo de uma vez, tem que ser devagar”, incentiva Simone. Ela sugere começar por algo que você já faz, mas que pode ser melhorado – como colocar um dia de exercício físico a mais na rotina. Quando conseguir, dá para partir para outra meta. “Quando consolidar um hábito, você agrega outro”, recomenda a especialista da SBGG.