Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Mulher é condenada a mais de 44 anos de prisão por matar a filha a facadas em Novo Hamburgo

Uma mulher acusada de matar a própria filha, de 7 anos, com golpes de faca, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, foi condenada a 44 anos, 5 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado, pelo Tribunal do Júri.

O julgamento, presidido pelo juiz Flávio Curvello Martins de Souza, titular da 1ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, iniciou às 9h e terminou por volta das 22h30min de terça-feira (16).

O crime teria sido uma retaliação ao pai da criança, conforme o MP (Ministério Público). A ré, de 32 anos, respondeu ao processo presa preventivamente, acusada de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, além de crime contra menor de 14 anos e contra descendente. Cabe recurso da sentença.

Na manhã de terça, foram ouvidas duas testemunhas de acusação: um policial civil, que depôs por videoconferência, e o pai da vítima. Este último relatou a convivência com a filha, descrevendo o vínculo afetivo entre ambos. Também contou como recebeu a notícia da morte da menina e esclareceu detalhes sobre a relação com a criminosa após a separação do casal, cerca de três anos antes do crime.

Em seu depoimento, a mãe da ré traçou um panorama familiar marcado por episódios de violência, confirmando que a filha teria sido vítima de abusos praticados pelo padrasto. A testemunha também disse que tinha conhecimento que a ré recorreu à prostituição diante das dificuldades financeiras que enfrentava, informação posteriormente confirmada pelo companheiro ouvido em plenário.

No período da tarde, foi realizado o interrogatório da ré. A acusada apresentou um relato detalhado sobre a sua trajetória pessoal, desde a infância, passando pelo nascimento da filha e pelas dificuldades enfrentadas ao longo dos anos. Declarou que o pai da criança não contribuía financeiramente para a criação da menina, embora oferecesse apoio emocional. Disse que a filha sentia falta do pai e demonstrava tristeza pela ausência. Afirmou ter ingressado no curso de Pedagogia e relatou que auxiliou a filha no processo de alfabetização.

A mãe da vítima destacou os gastos com tratamentos psicológicos e psiquiátricos, consultas e medicamentos, além dos possíveis diagnósticos relacionados ao desenvolvimento da filha. Segundo a assassina, esses fatores se somaram a um histórico de traumas pessoais e dificuldades enfrentadas por ela ao longo dos anos.

A ré afirmou que essa sucessão de fatos e circunstâncias teria provocado um quadro intenso de estresse e ansiedade, que, segundo ela, culminou no crime. Ao ser questionada sobre o momento exato do ato, afirmou não se lembrar de ter desferido os golpes.

O crime

O assassinato ocorreu em 9 de agosto de 2024, no Centro de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Conforme a denúncia do MP, a criança foi atacada com golpes de faca dentro do apartamento onde morava com a mãe, no terceiro andar do prédio. A causa da morte foi choque hemorrágico decorrente de hemorragia torácica maciça, provocada por múltiplos ferimentos de faca.

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