Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de fevereiro de 2022
A Espanha vai deixar de exigir o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 ao ar livre a partir desta terça-feira (8). A medida havia sido adotada em dezembro, para combater o rápido aumento de contágios de covid, que agora vem caindo no país, segundo a ministra da Saúde, Carolina Darias.
“Na próxima terça-feira levaremos ao conselho de ministros o decreto real com base no qual eliminaremos a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos”, afirmou Darias à rádio Cadena SER.
Poucos dias antes do Natal, o governo voltou com a obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre depois de detectar o aumento de casos, provocado pela variante ômicron, mais contagiosa.
“Dissemos que a medida permaneceria pelo tempo estritamente necessário, até que os indicadores, como estamos constatando, aconselhassem uma açã diferente”, afirmou Darias.
“Há várias semanas observamos, dia a dia, como cada um dos indicadores está melhorando”, acrescentou a ministra.
A variante ômicron aumentou o número de casos como nenhuma outra, mas não provocou tantas mortes ou internações, o que levou diversas regiões da Espanha a flexibilizar as restrições estabelecidas em dezembro.
A Espanha, que tem quase 91% da população com mais de 12 anos vacinada – uma das melhores taxas da Europa –, registrou desde o início da pandemia mais de um milhão de casos e 94 mil mortes.
Doença endêmica
A Espanha planeja classificar a covid como uma doença endêmica, considerada sempre presente para a população. Por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de especialistas, a posição é considerada prematura. A possibilidade, no entanto, abriu um debate entre governos — que defendem um tom de “normalidade” — e a comunidade médica — que quer manter a guarda.
O governo espanhol tem sido o mais enfático ao se posicionar sobre considerar o coronavírus como um problema a se conviver normalmente, como a gripe.
A Espanha “trabalha com a comunidade científica” para, quando chegar o momento, “passar da gestão da pandemia para a gestão de uma doença que esperamos que a ciência possa tornar endêmica”, reiterou o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.
A variante ômicron multiplicou os casos da covid-19, mas não causou tantas mortes e internações como a delta, por exemplo. No entanto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a pandemia “está longe de terminar” e alertou que “é provável que surjam novas variantes”.
“Endêmico por si só não significa que seja bom; endêmico significa apenas que está aqui para sempre”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, citando a malária como exemplo.