Domingo, 21 de dezembro de 2025

Na Etiópia, Lula critica extrema direita, fala em ampliar parcerias e diz que Brasil tem “dívida histórica” com a África

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou durante a 37ª cúpula da União Africana neste sábado (17), na Etiópia. No pronunciamento, o petista criticou a extrema direita, disse que pretende ampliar parcerias com países africanos e afirmou que o Brasil tem uma “dívida histórica” com o continente em razão dos 300 anos de escravidão no país.

A União Africana reúne 55 países do continente e, em 2023 com apoio do Brasil, passou a integrar de forma permanente o G20, grupo responsável por mais de 80% da economia global.

Lula destacou que é inegável a atuação de países africanos e da América Latina para solucionar os conflitos mundiais.

“O Sul Global está se constituindo em parte incontornável da solução para as principais crises que afligem o planeta”, afirmou.

“Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres – e entre estes, os imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos“.

Para isso, defendeu mais parcerias nas áreas de educação, saúde e ciência e tecnologia com o continente africano.

Governança global

Durante seu discurso, Lula cobrou uma reorganização da governança global, visando dar mais espaço aos países da África e América Latina, e também defendeu uma aliança global contra a fome.

“Vamos trabalhar juntos para capacitar a África na produção de alimentos e na adoção de energia limpa e renovável”, afirmou.

A preservação do meio ambiente e o uso da inteligência artificial no mundo também foi abordada pelo presidente. Ele afirmou que, na presidência do G20, o Brasil vai promover discussões sobre o Pacto Digital Global, na Organização das Nações Unidas.

“Precisamos acompanhar passo a passo a evolução das novas tecnologias. A Inteligência Artificial não pode tornar-se monopólio de poucos países e empresas”, afirmou. “Mas podem também constituir-se em terreno fértil para discursos de ódio e desinformação, além de causar desemprego e reforçar vieses de raça e gênero”.

Ele ainda disse que juntamente com os países africanos, pretende “desenvolver e construir uma família de satélites para monitorar o desmatamento” para que “com a recuperação de áreas degradadas, podemos criar um verdadeiro cinturão verde de proteção das florestas do Sul Global”.

Agenda oficial

Antes da participação como convidado na cúpula da União Africana, Lula se reuniu com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh.

Segundo o Palácio do Planalto, na reunião com o palestino, o petista condenou ataques do Hamas e reiterou a necessidade de paz no Oriente Médio, com a criação de um Estado Palestino. Conforme o governo brasileiro, Shtayyeh agradeceu a Lula pela solidariedade com o povo palestino.

Estava previsto um encontro com António Guterres, que não ocorreu porque o secretário-geral da ONU cancelou a viagem à Etiópia.

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