Terça-feira, 04 de novembro de 2025

“Não é uma coisa séria”, diz Lula sobre a PEC da Blindagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que a Proposta de emenda constitucional (PEC) da Blindagem, que concede imunidade a parlamentares, “não é uma coisa séria”.

Na terça-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou a proposta que aumenta a blindagem judicial para deputados e senadores. É a chamada PEC da Blindagem.

“Ontem, vocês viram que fiquei muito chateado, até dei uma entrevista para a BBC de Londres. A votação ontem no Congresso Nacional, sabe, da prerrogativa garantindo imunidade da forma que foi garantida até para presidente de partido, não é uma coisa séria. O que precisa ser sério é a gente garantir prerrogativa de vida para o povo brasileiro, prerrogativa de trabalho, prerrogativa de educação. É isso que nós estamos precisando dar uma lição nesse país”, disse Lula.

A proposta é defendida por parlamentares de diferentes espectros na Casa, em especial os do Centrão. O texto promove uma série de alterações em temas como medidas cautelares e foro privilegiado contra deputados, senadores e presidentes de partidos.

O presidente deu a declaração durante fala em um evento para anunciar investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Palácio do Planalto, em Brasília. Os congressistas favoráveis à PEC afirmam que ela volta às regras da Constituição de 1988. Mas, na verdade, ela acrescenta novas blindagens, como a votação secreta para prisão de parlamentares.

Mais cedo, na chegada ao evento, Lula também comentou a aprovação da urgência de um projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Anistia é com o Congresso”, respondeu o presidente.

Na noite desta quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência para um projeto que anistia participantes de ataques golpistas aos três poderes. A urgência significa acelerar a tramitação do texto, principal bandeira da oposição.

Com a aprovação da PEC da Blindagem, o discurso dos senadores é que a matéria deve ter resistência na Casa, o que inclui parlamentares do PL ao PT. Senadores criticam o texto e apostam no engavetamento da proposta.

O voto secreto é um dos pontos que afasta possíveis apoios de senadores. A medida foi considerada excessiva e de difícil defesa com o eleitorado.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, órgão que deve ser o primeiro a analisar a PEC, afirmou na quarta-feira (17) que proposta é “desrespeito” com eleitor e tem que ser “enterrada”.

“A PEC não pode ser modificada no Senado e retornar para a Câmara. Ela tem que ser enterrada no Senado, acabar lá, destruí-la lá. Na minha opinião, pelo que conheço do Senado, acho difícil ter 49 votos para aprovar”, completou Otto Alencar.

Nesta quinta, em nota, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou que os senadores do partido são contra a PEC e devem se manifestar pela inconstitucionalidade da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso o texto vá ao plenário, vão votar contra a matéria.

“Consideramos esta proposta como impunidade absoluta e um imenso retrocesso para a democracia e a transparência pública”, afirmou o senador.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Fortaleza fica fora da Copinha Feminina por conflito de calendário
Fumaça das queimadas pode causar 1,4 milhão de mortes por ano até 2100, informa estudo
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play