Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Não nascemos aqui? Cientistas investigam se alienígenas semearam a vida na Terra; entenda

Onde começou a vida na Terra? Parece uma pergunta simples: certamente, aqui mesmo, neste planeta. Mas e se a origem for mais cósmica do que imaginamos? E se os primeiros “ingredientes da vida” já estivessem viajando pelo espaço antes de chegar aqui? Alguns cientistas agora se perguntam seriamente se, de certo modo, somos literalmente filhos de alienígenas — humanos “produzidos fora da prateleira do Sistema Solar” e entregues à Terra como uma encomenda especial.

A ideia de que a vida pode ter se originado fora da Terra e sido trazida por asteroides ou cometas é chamada de panspermia. Embora controversa, ela tem ganhado força com descobertas recentes, de acordo com reportagem especial da BCC Science Focus. O Dr. Jason Dworkin, cientista do projeto OSIRIS-REx da Nasa, afirma ser “absolutamente plausível” que a Terra primitiva tenha recebido material orgânico de corpos celestes, fornecendo os blocos de construção para a vida.

Missões como a OSIRIS-REx, da Nasa, e a japonesa Hayabusa2 trouxeram amostras de asteroides à Terra. A análise revelou compostos orgânicos e aminoácidos — essenciais para a formação de proteínas, DNA e RNA. Em janeiro de 2025, cientistas anunciaram ter identificado 14 dos 20 aminoácidos fundamentais na amostra do asteroide Bennu, reforçando a ideia de que esses corpos celestes poderiam ser verdadeiras despensas de vida.

Marte: um possível berço

A hipótese de que a vida poderia ter surgido em Marte e sido transportada para a Terra também é considerada. O físico teórico Paul Davies, da Universidade Estadual do Arizona, sugere que Marte teria esfriado mais rapidamente que a Terra, tornando-se pronto para a vida mais cedo. Evidências indicam que o planeta já foi quente e úmido, com rios, lagos e mares, mas se havia vida lá, ainda é um mistério.

Ainda de acordo com a BBC, apesar das enormes distâncias, há sistemas estelares onde a transferência de material entre planetas é mais viável. No sistema TRAPPIST-1, a proximidade entre seus sete planetas rochosos aumenta a chance de rochas carregando matéria orgânica viajarem de um planeta a outro, uma espécie de “corrida de entrega interplanetária”.

Asteroides e cometas, além de Marte, desempenham papel crucial. Eles não apenas poderiam carregar ingredientes da vida, mas também forneceram a água que formou os oceanos da Terra, após uma colisão gigantesca que deu origem à Lua há cerca de 4,5 bilhões de anos.

Além da Terra

A questão vai além do Sistema Solar. Objetos interestelares como Oumuamua e o cometa Borisov mostram que a matéria pode viajar entre estrelas, levantando a possibilidade de que a vida ou seus blocos de construção possam se mover por galáxias distantes. No entanto, as chances de uma rocha com vida realmente semear outro planeta são pequenas.

O futuro da pesquisa inclui missões a Marte e às luas geladas de Júpiter. O rover Perseverance da Nasa coleta amostras em Marte, enquanto a missão Europa Clipper, prevista para 2030, investigará o oceano sob a crosta gelada de Europa, buscando sinais de vida. Descobertas futuras podem finalmente nos dizer se a Terra foi apenas o “endereço de entrega” da vida ou se fomos realmente semeados por visitantes do espaço.

No fim, a pergunta permanece: somos frutos de um acaso químico local ou “encomendas especiais” vindas das estrelas? O que parece certo é que os humanos podem ter uma ascendência literalmente extraterrestre — e, de algum jeito, a nossa história começa muito antes de pisarmos na Terra.

 

(Com O Globo)

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