Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de julho de 2025
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nessa segunda-feira (7) que a postagem de Donald Trump defendendo Jair Bolsonaro e chamando os julgamentos contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) de “caça às bruxas” não será “a única novidade vinda dos Estados Unidos sobre esse tema da perseguição no Brasil nesta semana”.
Gravando um vídeo em frente a uma bandeira dos EUA, Eduardo disse que tem “muita gente” ligando para ele para “saber detalhes” por trás da publicação de Trump na rede social Truth Social, mas acrescentou que não poderia entrar nos “pormenores”.
“Está aí um recado para quem acha que o Brasil não tem espaço na agenda política da maior potência bélica e econômica do mundo e o recado que a questão vai para além somente de Jair Bolsonaro mas, também, os seus familiares e os seus apoiadores”, afirmou o filho do ex-presidente.
Sanções
Também nessa segunda, Eduardo declarou que as eventuais sanções do governo americano ao ministro Moraes não terão efeito político caso Trump demore a adotá-las contra o magistrado.
A afirmação se deu durante uma entrevista do parlamentar a Steve Bannon, ex-assessor de Trump na Casa Branca que é considerado um dos gurus da plataforma trumpista na eleição de 2016, e aliado de longa data de Eduardo. A conversa foi transmitida no podcast War Room, popular entre a direita americana.
Frustração
A demora no anúncio das sanções tem frustrado o entorno bolsonarista, que aposta na medida para intimidar o STF às vésperas do julgamento que pode levar à condenação e à prisão de Jair Bolsonaro por tramar um golpe de Estado.
Tanto o deputado brasileiro quanto Bannon defenderam que Trump inclua Moraes na lista das chamadas sanções Ofac, sigla em inglês para Office of Foreign Assets Control, o Escritório de Controle de Ativos Externos do Departamento do Tesouro. As restrições são comumente comparadas nos bastidores dos EUA a uma “pena de morte financeira”.
Isso porque as sanções Ofac proíbem que empresas americanas realizem qualquer transação ou negociação com os sancionados – o que deverá prejudicar o acesso do ministro a cartões de crédito, bancos e até mesmo companhias aéreas.
“As sanções Ofac são o remédio certo contra esse vírus [da perseguição política]”, declarou Eduardo, ponderando em seguida: “Mas se demorarem a adotar as sanções, o regime [Lula] se consolidará. Será muito difícil aplicar as sanções com efeitos”.
“Hoje em dia, se você aplicar sanções à Venezuela isso não mudará as coisas. No Brasil ainda estamos em um momento que estas sanções podem interromper agressões contra os opositores políticos”, completou.
O efeito político esperado, segundo Eduardo, seria pressionar o Supremo a partir das punições contra Moraes e abrir caminho para a candidatura e a vitória do pai em 2026. Para ele, a ofensiva de Washington mandaria um recado direto para os outros dez ministros da Corte, que temeriam “se aposentar sob sanções” americanas.
“Se enfrentarmos a Corte [STF], eles [Lula e a esquerda] serão varridos do cenário político do Brasil”, ameaçou. (Com informações da revista Veja e do jornal O Globo)