Sábado, 27 de julho de 2024

Nem todo carro eletrificado precisa de tomada

Tudo parecia mais fácil quando a escolha se limitava a estacionar ao lado da bomba de combustível e responder à pergunta do frentista: “álcool ou gasolina?” Mas o planeta pede mudanças, rápidas, e a escolha parece, por enquanto, complexa demais: “é elétrico, híbrido, funciona com etanol, move-se com hidrogênio, precisa de tomada?”

Os aficionados pelas novidades do mundo automotivo dominam o assunto. Mas para muitos, a configuração do carro do futuro mais parece um quebra-cabeça.

O modelo movido a célula de hidrogênio é o mais misterioso por se tratar de novidade em todo o mundo. Ao abrir o capô desse tipo de carro aparece uma caixa que é, na verdade, a célula de combustível. É ali que se unem o hidrogênio dos tanques com o ar externo e acontece a reação química, chamada de oxi reducão. A combinação do oxigênio com o hidrogênio gera a energia elétrica para mover o carro. A parte mais agradável é que do escapamento sai apenas vapor de água. Esse é, portanto, um veículo elétrico que não precisa de tomada.

Trazendo os questionamentos para uma realidade mais próxima do que temos no mercado brasileiro, alguns ainda fazem confusão entre híbrido e elétrico. Na verdade, ambos são eletrificados. O 100% elétrico exige tomada. O híbrido, não, porque tem um motor a combustão que faz o serviço – alimenta o motor elétrico. Já o híbrido “plug-in” oferece as duas opções.

A falta de costume do consumidor com o “plug-in” frustra os engenheiros. Se houvesse em relação a esse tipo de automóvel a mesma familiaridade que se tem com o celular ninguém deixaria a bateria descarregar e nem esperaria o motor a combustão fazer esse serviço porque carregar na tomada é mais barato e menos poluente.

O carro 100% elétrico é mais simples de se fazer entender por ser, também, uma máquina bem menos complexa do que tudo o que já se fez na indústria automobilística. Há menos peças e tudo o que esse carro precisa é de uma tomada. Mas onde encontrá-la? Em casa? E se minha vaga na garagem não tem uma tomada próxima? Melhor instalar um “wall box”, equipamento fornecido pelas montadoras a preços entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.

Mas e se eu viajar? Esse é o maior dos dilemas e é por isso que o Brasil está distante do que acontece na Europa, onde é farta a oferta de pontos de carregamento públicos.

Por aqui, a instalação dos chamados corredores de eletropontos, nas rodovias, depende da boa vontade das montadoras. Mas a indústria também não se entende em relação ao tipo de tomada. As americanas são diferentes das europeias, que também não se parecem com as asiáticas. Vale levar um adaptador? Não nesse caso.

Na indústria existe certo consenso de que num futuro distante a frota mundial será elétrica. Mas o tempo que isso levará para acontecer depende da realidade de cada país. Tamanho do território, poder aquisitivo do consumidor e a existência de outras, prioridades orçamentárias em países mais pobres são algumas variáveis.

Por isso, no Brasil, muitos defendem a expansão da produção de híbridos – no caso, movidos a etanol –, que carregam toda a parafernália de um modelo a combustão tradicional, mas dispensam a necessidade de infraestrutura de carregamento de baterias.

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