Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de junho de 2025
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (16) que matar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, “acabaria com o conflito” entre os dois países. Em entrevista à ABC News declarou que os ataques para desarmar o Irã estão justificados e comparou Khamenei a um “Hitler moderno”.
Desde a última sexta-feira (13), Israel tem atacado importantes instalações nucleares e militares e matou comandantes e cientistas nucleares no Irã, que respondeu com lançamentos de mísseis contra Tel Aviv e outras cidades israelenses.
Em uma tentativa de explicar os ataques aos cidadãos dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, Netanyahu concedeu longas entrevistas a meios de comunicação americanos, nas quais descreveu a ofensiva como “uma batalha da civilização contra a barbárie”.
Ao ser questionado sobre o veto do presidente americano, Donald Trump, a um plano israelense para matar o líder supremo iraniano, por temer uma intensificação das hostilidades, Netanyahu respondeu: “Não vai escalar o conflito, vai acabar com o conflito”. Ele não revelou se a estratégia atual tem como alvo o aiatolá. Israel “faz o que tem que fazer”, limitou-se a dizer.
Netanyahu acusou Khamenei de professar um “fanatismo antissemita e louco”. “Ele é como um Hitler moderno. Não vai parar, mas vamos garantir que ele não tenha os meios para cumprir suas ameaças”, declarou.
“A guerra eterna é o que o Irã quer, e eles estão nos levando à beira de uma guerra nuclear”, disse. “Na verdade, o que Israel está fazendo é impedir isso, colocar fim a essa agressão, e só podemos fazer isso enfrentando as forças do mal”, acrescentou Netanyahu.
“Hoje é Tel Aviv, amanhã será Nova York”, disse o primeiro-ministro ao jornalista da ABC Jon Karl. Para o premiê israelense, recuar o programa nuclear iraniano significa “prevenir a guerra mais horrível imaginável e trazer a paz ao Oriente Médio”. “Isso será possível se o Irã for derrotado”, concluiu.
No domingo (15), o governo iraniano afirmou não querer ver o conflito com Israel se expandindo para uma guerra regional —a declaração foi feita depois de Tel Aviv alvejar, no dia anterior, um campo de extração de gás natural no golfo Pérsico que Teerã divide com o Qatar.
A fala do chanceler Abbas Aaghchi é a primeira possivelmente conciliatória da teocracia desde que o Estado judeu lançou o ataque sem precedentes que mirou suas instalações nucleares para, segundo Israel, frear o desenvolvimento de uma bomba atômica, erodindo no processo a infraestrutura de defesa do Irã e matando ao menos 20 integrantes de sua cúpula militar.
Por outro lado, em uma possível expansão do conflito, também neste domingo, o comando dos houthis, rebeldes que dominam boa parte do Iêmen com apoio do Irã desde 2014, disseram ter lançado pela primeira vez mísseis em um ataque coordenado com Teerã. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.