Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de junho de 2022
O processo de aprendizagem envolve inúmeros fatores e pode ser bastante complexo. No entanto, para o PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, conhecer as regiões do cérebro que estão envolvidas na educação e no processo do aprender é muito importante, já que, mediante isso, é possível criar novos planos educacionais.
Segundo ele, a educação atual está defasada em relação ao desenvolvimento humano. “Ela não acompanhou a evolução que é normal na nossa linha cronológica e não está se adaptando à nova realidade. A educação tem que se aprimorar no processo tecnológico, mas também precisa colocar regras para que se controle o fato das redes sociais estarem afetando o psicológico das crianças”, explicou.
Fabiano também acredita que a educação já não é mais plural, tornando-se singular, e que a escola precisa colocar esse fato como uma prática. “Os problemas derivados das redes sociais são individuais. Estamos em uma nova era e os métodos de ensino estão na velha era. Um exemplo: se colocarmos um aluno com TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] ao lado de um com superdotação e ensinarmos uma disciplina igual para ambos, você vai ter que repetir o que ensinou até o estudante com TDAH entender, enquanto o aluno superdotado odeia repetições e fica desestimulado quando a repetição acontece. Aí está a importância do ensino individualizado, ainda que dentro da escola e respeitando as diferenças dos alunos”, pontuou.
Conforme o especialista, apesar disso, não se deve apenas descontar e colocar a culpa nas instituições de ensino sobre todos esses acontecimentos que têm prejudicado o processo da aprendizagem. “Os pais também precisam se autoanalisar e buscar uma educação melhor para seus filhos, assim como exigir que as escolas se aprimorem nessas questões”, afirmou Fabiano.