Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de setembro de 2022
Nesta quinta-feira, 08 de setembro, comemora-se o Dia Mundial da Alfabetização: data criada pela ONU por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. A ONU instituiu o dia comemorativo no intuito de acentuar a relevância da alfabetização para o desenvolvimento socioeconômico mundial, enfatizando a questão como “essencial para a dignidade e os direitos humanos”.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 6,6% da população brasileira não sabia ler e nem escrever no ano de 2019. Isso significa que aproximadamente 11 milhões de pessoas eram analfabetas.
Os números sinalizam urgência em reverter esse quadro, a fim de propiciar educação de qualidade a todos, o que – incontestavelmente – confere cidadania. A pandemia potencializou desigualdades, e não seria diferente no âmbito educacional. Acerca da alfabetização, muitos devem ser os cuidados para que esse momento essencial às demais etapas da escolarização não seja frágil.
De acordo com a coordenadora do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Colégio Marista Arquidiocesano, Lilian Gramorelli, “dentre todos os desafios que surgiram com a pandemia, lidar com o processo de alfabetização dos filhos foi um dos que mais geraram ansiedade nas famílias”. Para ela, deve haver um olhar cuidadoso para que as lacunas de aprendizagem sejam as mínimas possíveis.
A fase da alfabetização representa um dos momentos mais importantes na trajetória escolar da criança. Segundo Lilian, quanto mais a família colocar a criança em contato com o mundo letrado, mais experiências e repertórios para a alfabetização ela terá. “Os pais podem auxiliar na familiarização das letras, palavras e expressões, estimulando o interesse pela leitura e escrita”, explica.
“Vale ressaltar que a alfabetização é um processo e o tempo de duração depende muito de cada criança, levando em conta o contato com o mundo letrado que ela possui desde bebê”, complementa a coordenadora.
Um fator que pode ajudar as famílias é ter consciência de que cada criança tem um tempo de aprendizagem, o qual deve ser respeitado. Os pais podem começar encorajando, incentivando os filhos a lerem palavras, frases, pequenos textos que façam parte do seu contexto social e, aos poucos, de forma natural, será possível desafiá-los a avançar para textos um pouco maiores. Isso tudo, vale ressaltar, em um processo agradável, criativo e reflexivo.
“É importante destacar que sempre que falamos de alfabetização citamos o letramento, que é um conceito na educação para essa fase de desenvolvimento”, afirma Lilian.
Alfabetização é o processo de aquisição de técnicas e competências para a prática da leitura e da escrita. Quando a criança domina o sistema de escrita ela conquistou habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas. Pode-se dizer que ela está alfabetizada. Já o letramento é um conjunto de práticas que dizem da capacidade de usar diferentes materiais escritos, ou seja, a habilidade de interpretar e aplicar a leitura e a escrita no cotidiano.
Confira cinco dicas para auxiliar no processo de alfabetização das crianças:
Leia para a criança: o hábito de contar histórias ajuda os filhos a se interessarem pela leitura e a terem vontade de aprender.
Seja presente: é importante se interessar pelo processo de aprendizagem, acompanhando a criança e estando atento para cada passo avançado.
Valorize as pequenas conquistas: mesmo que a criança não aprenda a ler de uma hora para outra, elogie quando ela aprender a identificar uma letra nova e a formar alguma palavra.
Invista em caça-palavras: alguns jogos verbais são super interessantes para ajudar a criança a identificar letras e palavras.
Seja um modelo de leitor: pais que têm o hábito de ler demonstram para os filhos o prazer da leitura e acabam incentivando as crianças.