Domingo, 26 de outubro de 2025

No G20, Lula volta a defender combate à desigualdade e diz que mundo “normalizou o inaceitável”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou neste sábado (9), o descompromisso com o meio ambiente à “emergência climática sem precedentes” no planeta. O chefe do Executivo brasileiro citou as mais de 40 mortes no Brasil, decorrentes de enchentes provocadas por um ciclone extratropical que atingiu principalmente o Rio Grande do Sul.

“O descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes. Agora mesmo no Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais”, disse Lula, no G-20.

“Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis. Os efeitos da mudança do clima não são sentidos por todos da mesma forma. São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados.”

Lula discursou na abertura da 18ª Cúpula do G-20 o grupo das principais economias do mundo, na Índia. Foi o primeiro de três discursos dele, previstos até o fim da cúpula neste domingo, dia 10.

Segundo discurso

Em seu segundo discurso, Lula voltou a defender o combate às desigualdades. Segundo o presidente, “o mundo desaprendeu a se indignar e normalizou o inaceitável”.

“Apesar de todos os esforços, nossa família está cada vez mais desunida. O que nos divide tem nome: é a desigualdade, e ela não para de crescer”, afirmou.

Na fala, Lula citou a desigualdade de renda e a discriminação contra mulheres, minorias raciais, pessoas LGBTQIA+ e com deficiência. “A desigualdade não é um dado da natureza. Ela é socialmente construída. Combatê-la é uma escolha que temos de fazer todos os dias”, afirmou.

“Como líderes das vinte maiores economias do mundo, é nosso papel fortalecer a capacidade do Estado de cuidar dos seus cidadãos. É preciso colocar os pobres no orçamento público. E fazer os mais ricos pagarem impostos proporcionais aos seus patrimônios”, continuou.

“É urgente resgatar o espírito de solidariedade que anima os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para formularmos respostas conjuntas aos desafios econômicos do nosso tempo”, afirmou.

Participação no G20

Lula chegou a Nova Délhi na nesta sexta-feira (8), para a 18ª edição da cúpula de chefes de Estado e governo do G20, que ocorre até este domingo (10). Ao final da cúpula, o Brasil receberá de forma simbólica o comando rotativo do bloco. O G20 reúne representantes de 19 países e da União Europeia, nações representam cerca de 80% da economia global.

O Brasil presidirá o G20 pela primeira vez desde a criação do grupo, em 1999. O mandato irá de dezembro deste ano a novembro de 2024. O Rio de Janeiro será a sede da cúpula do grupo no próximo ano.

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