Sexta-feira, 25 de julho de 2025

No Noroeste gaúcho, acusado de feminicídio é alvo de denúncia à Justiça

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou à Justiça um homem pelo feminicídio da companheira, no bairro Vila Marcos, em São Luiz Gonzaga (Região Noroeste do Estado). De acordo com a acusação, o crime foi cometido no dia 26 junho e envolveu uma série de agravantes. Vítima e algoz tinham 32 anos.

No processo são mencionados o feminicídio em si, bem como motivo fútil, mediante traição, e na presença de dois filhos da vítima – uma criança de 3 e outra de 5 anos, mas que apesar de tão tenra idade detalharam aos investigadores o incidente.

Conforme o promotor responsável, Henrique Maciel Knipp, o indivíduo não aceitou uma recusa da parceria e desferiu-lhe uma facada que perfurou coração e um dos pulmões. Ela chegou a ser socorroda, mas teve o óbito constatado antes de receber atendimento hospitalar.

“Trata-se de um ataque por razões de gênero, no contexto de violência doméstica e familiar, motivado por sentimento de posse e intolerância à autonomia da mulher”, ressalta Knipp. “O acusado agiu com desproporcionalidade e brutalidade, expressando padrões de dominação e controle típicos de relações abusivas.”

O Ministério Público também encaminhou pedido para que seja fixado valor de indenização por danos morais e materiais no valor mínimo de R$ 200 mil em favor da família da mulher assassinda, que era mãe de um total de seis filhos, todos menores de 18 anos.

De acordo com o registro policial do caso, ela foi encontrada no interior de um automóvel que havia sofrido colisão na área central da cidade. O MPRS ouviu policiais da Brigada Militar e bombeiros que atenderam a ocorrência, além de requisitar o prontuário médico completo da vítima, a fim de entender a dinâmica dos fatos – inclusive o tempo transcorrido até a morte da vítima, que teve constatadas lesões de defesa em seus braços.

O denunciado foi preso em flagrante. Já no dia seguinte ao crime, durante a audiência de custódia, a medida foi convertida em detenção preventiva.

Pelotas

Na Região Sul do Estado, o MP obteve a condenação de um homem a quase 37 anos de prisão em regime fechado, além de multa, pela morte e ocultação do cadáver da companheira. O crime foi cometido em uma madrugada de agosto de 2023, dentro de uma casa no bairro Quilombo, em Pelotas.

A apuração do caso permitiu concluir que o réu atingiu a mulher com um tiro, após ela manifestar sua decisão de sair de casa. No momento do disparo, do filho dela – uma criança de 5 anos – estava na residência.

Logo após o homicídio, o homem contou com o apoio dos pais para destruir parcialmente o corpo da vítima com fogo e ocultá-lo em um matagal. Já a arma do crime foi escondida por um vizinho, mas acabou localizada pela Polícia Civil.

A atuação do Ministério Público, por meio do promotor de Justiça Frederico Carlos Lang, que conduziu o caso em plenário, foi decisiva para a responsabilização do réu. Ele destacou a brutalidade do crime, em um contexto de violência doméstica, sentimento de posse e desprezo à condição humana da companheira.

(Marcello Campos)

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