Terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Nos Estados Unidos, capital do Mississípi continua sem água potável

Mais de 150 mil pessoas em Jackson, capital do Estado americano de Mississippi, estão sem acesso à água potável desde o final de agosto devido a um colapso do sistema de abastecimento. A cidade no sul dos Estados Unidos, onde 80% da população é negra e a taxa de pobreza é particularmente alta, vive há anos uma grave crise de acesso à água. Mas, desde a última semana os moradores estão em estado de emergência sanitária após inundações sem precedentes danificarem os sistemas de tratamento.

O desabastecimento força as autoridades locais a distribuir água engarrafada, tarefa descrita por eles como “complicada”, e a elaborar um plano para restaurar o serviço sem estimativa de quanto tempo isso levaria. Também pediram àqueles que ainda tinham fornecimento para que tomassem banho de boca fechada para não engolirem a água.

O sistema de abastecimento de água em Jackson, a maior cidade do Estado, está em crise há anos, prejudicado pelo envelhecimento e infraestrutura inadequada – e muitos na cidade dizem que faltam recursos suficientes para consertá-lo. Os moradores há muito enfrentam interrupções no serviço e avisos frequentes de água insalubre – um destes estava em vigor há mais de um mês devido à problemas nas amostras de água.

A situação piorou dramaticamente na última semana, quando as autoridades disseram que a maior estação de tratamento de água da cidade estava falhando, sobrecarregada por chuvas torrenciais. Residências e empresas ficaram com pouca ou nenhuma pressão de água, as escolas mudaram para o aprendizado virtual e os hospitais instalaram banheiros químicos devido ao colapso do sistema de abastecimento.

“Até que seja consertado, significa que não temos água corrente confiável em escala”, disse o governador Tate Reeves, do Mississippi, durante uma reunião de emergência. “Isso significa que a cidade não pode produzir água suficiente para combater incêndios, dar descarga de maneira confiável e atender a outras necessidades críticas.” E, acrescentou, não estava claro quanto tempo levaria para restaurar totalmente o serviço.

“No momento, estamos fornecendo medidas temporárias para aumentar a pressão da água para que as pessoas possam pelo menos dar descarga nos banheiros e usar as torneiras”, informou a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências.

A crise da água alimentou as tensões entre o governo estadual liderado pelos republicanos e a liderança democrata da cidade. Quando o governador convocou uma coletiva de emergência, o prefeito de Jackson, Chokwe Antar Lumumba, não foi incluído.

Em uma entrevista coletiva, Lumumba expressou gratidão pelo apoio do Estado – embora, acrescentou, tenha sido uma ajuda que a cidade estava esperando há muito tempo. “Estamos fazendo isso sozinhos há quase dois anos”, disse Lumumba, acrescentando: “Estamos em constante estado de emergência”.

Desastre de Flint

Os sofrimentos dos moradores de Jackson lembram um dos piores escândalos de saúde da história americana, o da água contaminada em Flint, Michigan, durante a última década.

Naquela cidade industrial, uma mudança na fonte de abastecimento de água potável decidida como medida de economia, contaminou a rede, expondo os habitantes à intoxicação por chumbo.

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