Sábado, 22 de novembro de 2025

Nos últimos dez anos, o percentual de pessoas que passaram a morar com idosos acima de 65 anos tem sido crescente

Levantamento da FGV Social mostra que, entre 2012 e 2022, o porcentual de pessoas que passaram a morar com idosos, acima de 65 anos, aumentou em todos os Estados. Embora a classe C tenha o maior porcentual de pessoas morando com idosos (25,04%), o maior aumento foi registrado na classe AB , em que a fatia subiu de 20,32%, em 2012, para 24,97%, em 2022.

Segundo o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, a falta de crescimento consistente do País nos últimos anos, o elevado desemprego dos jovens, o envelhecimento da população e o aumento do custo de vida explicam o movimento. Em muitas famílias, os idosos têm mais renda e são responsáveis pelo sustento da casa. O fenômeno pode estar associado também a mudanças culturais. Os brasileiros estão casando mais tarde, estudando por mais anos e permanecendo mais tempo na casa dos pais.

Nos últimos dez anos, o porcentual de pessoas que passaram a morar com idosos, acima de 65 anos, tem sido crescente. Levantamento feito pela FGV Social, com dados da Pnad Contínua Anual, mostra que entre 2012 e 2022 essa participação aumentou em todos os Estados. “Hoje, vemos famílias de várias gerações coabitando a mesma residência”, diz o diretor da FGV Social, Marcelo Neri.

Segundo ele, apesar de a classe C representar o maior porcentual de pessoas morando com idosos (25,04%), foi a classe AB que teve maior aumento na participação. Subiu de 20,32%, em 2012, para 24,97% no ano passado.

O movimento é explicado por uma série de fatores, como o elevado desemprego dos jovens nos últimos anos, o envelhecimento da população e também o aumento do custo de vida. “Quando um país cresce, os filhos tendem a ser mais ‘ricos’ que os pais. Mas o Brasil não cresce (de forma consistente) há algum tempo”, diz Neri.

Ao mesmo tempo, o custo para comprar uma casa própria ficou mais alto. Segundo dados da FipeZap+, o preço médio do metro quadrado no Brasil subiu 33% desde 2012. Em São Paulo, esse aumento foi mais expressivo, de 66%; no Rio, de 33%. Nesse cenário, é mais confortável continuar com os pais ou com idosos que têm renda garantida da aposentadoria – hoje, 15,1% dos idosos acima de 65 anos pertencem à classe AB e 12,5%, à classe C.

Para a professora do Insper Laura Muller Machado, o crescimento da fatia da população que vive no mesmo domicílio com pessoas de mais de 65 anos pode estar relacionado ao fato de os mais velhos terem mais renda e responder pelo sustento do domicílio.

Ela aponta ainda outra possível explicação: as transformações culturais no Brasil. Hoje, os brasileiros estão casando mais tarde e estudando por mais anos e, dessa forma, permanecendo mais tempo na casa dos pais. “É um movimento novo. É algo a ser entendido e descoberto.”

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