Quarta-feira, 18 de junho de 2025

“Nossa paciência está acabando”: Trump sobe o tom contra líder supremo do Irã e exige rendição

O presidente dos EUA, Donald Trump, deu um ultimato hoje ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Trump afirmou que não vão matá-lo “por enquanto”, mas que a “paciência está se esgotando”.

Trump disse, em sua rede social, que sabe exatamente onde está Khamenei e ameaçou, dizendo que ele é um alvo fácil. Na sequência, o presidente norte-americano acrescentou que o líder supremo iraniano está seguro lá e pediu: “Rendição incondicional”.

“Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto”, assegurou Trump. Entretanto, o presidente alertou Khamenei sobre disparos contra civis e soldados norte-americanos. “Nossa paciência está se esgotando. Agradecemos a sua atenção a este assunto!”

Antes das ameaças, Trump informou que o espaço aéreo do Irã já está sob total controle. Ontem, os EUA enviaram dois porta-aviões ao Oriente Médio, em um recado direto de que está com Israel no conflito.

Israel iniciou as hostilidades contra o Irã na sexta-feira (13), com o objetivo declarado de acabar com o controverso programa nuclear iraniano. Desde então, os dois países trocaram ataques.

Uma hora após o início das ofensivas, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o país não estava envolvido nos ataques israelenses ao Irã. “Israel tomou medidas unilaterais contra o Irã. Não estamos envolvidos em ataques contra o Irã e nossa principal prioridade é proteger as forças americanas na região”, disse em um comunicado compartilhado pela Casa Branca nas redes sociais.

Apesar de negar o envolvimento, a Casa Branca foi avisada dos planos israelenses. Em entrevista à Fox News, Trump afirmou que sabia que Israel atacaria o Irã e ressaltou que o país islâmico “não pode ter uma bomba nuclear”.

Pesquisadores afirmam que os indícios apontam para uma participação “solo” de Israel nos ataques. “Tudo o que sabemos até agora sobre a logística, por exemplo, sobre os drones escondidos no Irã, sugere que Israel realizou o ataque sozinho”, disse Sascha Lohmann, membro do grupo de pesquisa para as Américas do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, em entrevista à DW.

Lohmann, entretanto, não descarta a possibilidade de que os EUA tenham ajudado. O envio de 200 jatos militares que voaram para o Irã e retornaram, por exemplo, levanta a questão de se os militares americanos forneceram apoio com reabastecimento aéreo, de acordo com Lohmann.

Enriquecimento de urânio e negociações

Existem dois tipos de programas nucleares: civil e militar. Os programas civis são voltados exclusivamente para usinas nucleares, com o objetivo de gerar eletricidade, enquanto os militares têm como meta a produção de bombas atômicas.

Potências ocidentais, incluindo EUA e Israel, suspeitam que o Irã tem intenção de produzir armas nucleares. Teerã nega e afirma que se trata de um programa civil.

No entanto, o avanço nos níveis de enriquecimento de urânio do Irã pode indicar um objetivo militar, o que é motivo de preocupação. Segundo a AIEA, em 3 meses, a República Islâmica dobrou seu estoque de urânio enriquecido a 60% de pureza, chegando a um nível muito acima do necessário para produção de energia civil.

Oficialmente, Irã não possui armas nucleares. A Arms Control Association, organização norte-americana que monitora os arsenais nucleares pelo mundo desde 1971, divulga que apenas nove países possuem bombas nucleares. São eles: EUA, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte.

O país é o único estado não nuclear que enriquece urânio a 60%, segundo a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). O país defende o direito ao desenvolvimento nuclear com fins civis, como a geração de energia, e afirma que não aceitará limites nesse aspecto.

Em 2015, após anos de negociação, um acordo foi firmado entre o Irã e a comunidade internacional. Na época, o país concordou em diminuir as atividades nucleares em troca do alívio das sanções econômica impostas contra a República Islâmica.

Mas o EUA se retirou do compromisso em 2018. Em seu primeiro mandato, Donald Trump retirou os EUA do compromisso e os esforços para retomar o diálogo fracassaram. Desde então o Irã se distancia do compromisso de não enriquecer urânio acima de 3,67% —o que foi fixado pelo pacto.

No início do mês, os EUA enviaram uma proposta de acordo sobre o programa nuclear de Teerã. Segundo o New York Times, a proposta pede que o Irã interrompa completamente o enriquecimento de urânio e propõe a criação de um grupo regional para produzir energia nuclear, que incluiria Irã, Arábia Saudita e outros países árabes, além dos Estados Unidos. Sexta-feira, Trump afirmou que foi dado ao Irã um ultimato de 60 dias para um acordo nuclear antes dos ataques de Israel, que aconteceram no 61º dia. As informações são do portal Uol.

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