Sábado, 18 de outubro de 2025

Nova variante da gripe detectada na China preocupa cientistas e levanta temor de nova pandemia

Uma nova variante da gripe, identificada como vírus influenza D (IDV), foi detectada na China e está gerando alerta internacional entre cientistas e autoridades de saúde. Pesquisadores temem que o patógeno, originalmente encontrado em gado, tenha desenvolvido a capacidade de se espalhar entre humanos, o que poderia representar uma ameaça global semelhante à de uma pandemia.

De acordo com o jornal inglês The Sun, em publicação desta sexta-feira, o estudo foi conduzido por Hongbo Bao e sua equipe do Instituto de Pesquisa Veterinária de Changchun. A pesquisa revelou “taxas de exposição alarmantes” ao vírus em amostras humanas coletadas no nordeste da China. Segundo os dados, 74% das pessoas testadas apresentaram sinais de contato com o IDV — e, entre aquelas com sintomas respiratórios, a taxa chega a 97%.

O vírus influenza D foi descoberto pela primeira vez em 2011, quando foi identificado em um porco com sintomas gripais no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos. Desde então, era considerado um vírus restrito ao mundo animal, com maior incidência em gado. No entanto, análises recentes realizadas pela equipe chinesa indicam que o IDV pode replicar-se eficientemente em células das vias respiratórias humanas, sugerindo uma possível capacidade de transmissão entre humanos.

Além disso, os pesquisadores afirmam que o vírus pode ser transmitido pelo ar e também pelo contato direto com animais infectados. Os cientistas alertam que o vírus vem se espalhando “silenciosamente” entre diferentes espécies animais e já foi detectado em cinco continentes, afetando não apenas gado, mas também cabras, ovelhas, cavalos, camelos e cães. Esse padrão de infecção cruzada levanta preocupações sobre a capacidade de adaptação do vírus a novos hospedeiros.

De acordo com o relatório publicado, “infecções subclínicas não observadas podem estar sustentando epidemias em nível populacional”, o que dificultaria significativamente o controle da propagação e a detecção precoce de surtos. Esse tipo de disseminação assintomática pode representar um desafio importante para os sistemas de vigilância epidemiológica.

A equipe de pesquisadores também realizou testes com medicamentos antivirais que são normalmente utilizados no tratamento da gripe comum, a fim de avaliar sua eficácia contra o IDV. No entanto, até o momento, não há dados conclusivos sobre a resistência do vírus a esses tratamentos, o que exige estudos adicionais.

“Nossas descobertas indicam que o IDV pode ter adquirido a capacidade de transmissão de humano para humano durante sua evolução contínua, e as cepas atualmente em circulação já representam uma potencial ameaça panzoótica”, alertou a equipe responsável pelo estudo.

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